MANDY - AR & MAR XII - PARTE 5

V – AR & MAR

Amanda riu ainda mais de Marco.

- O papai pediu pra você passar o dia aqui, com a gente. À noite, a gente leva você pra casa, certo?

- Tudo bem, mas eu preciso avisar lá em casa. Minha mãe não sabe que eu estou aqui.

- Sabe, meu pai já ligou pra ela também.

- Que sogro eficiente! - falou ele, colocando uma pipoca na boca.

- Dalva, traz mais pipoca, por favor! - ela gritou.

Marco enfiou-se, também, debaixo das cobertas e a abraçou.

- O que está passando?

- Desenho...

- Nossa, super educativo! Faltou ao colégio pra ficar assistindo desenho, é?

Amanda riu, colocando uma pipoca na boca.

- Escuta, me diz: você está bem mesmo?

- Estou. As pernas estão meio bambas ainda, sinto tontura, quando fico muito tempo em pé, mas o doutor Valter disse que isso é normal. Eu fiquei mais de vinte dias naquela cama, sem mover o corpo. Tenho que me acostumar devagar.

- É... ele disse, observando seu rosto.

Marco a beijou na testa.

- Sabia que agora você também tem uma cicatriz aqui na testa como eu?

- É... ela respondeu, rindo.

- E no dia você quebrou o braço, também, como eu...

- A gente tem tanto em comum...

Marco olhou para ela em silêncio, como querendo entrar eu seus olhos.

- Eu tenho tido sonhos estranhos com você, à noite... Amanda falou, acariciando seu rosto. – O Otávio está em quase todos eles. Eu sei que você não quer mais falar sobre isso, mas... eu ainda não consigo tirar aquele dia da minha cabeça...

- Não pensa mais nisso, não.

- Eu preciso purgar tudo que eu senti, naquele dia, Marco. Eu senti vontade de morrer, quando acordei do desmaio e vi que você tinha desistido de mim...

- Eu não desisti de você...

- Eu sei, mas... aquela promessa seria cumprida, se não tivesse acontecido o que aconteceu, não seria?

Ele não respondeu. Amanda olhou nos seus olhos.

- Esse silêncio já diz tudo. Então eu fiz bem em ter jogado o carro naquele poste... Valeu a pena...

Ele a abraçou forte.

- Não quero mais me lembrar daquele pesadelo. Por favor, procura esquecer. Eu estou aqui com você. Só Deus sabe o que a gente passou, depois daquele dia. Só Deus sabe o que eu passei...

- Eu preciso perguntar: o que foi que aconteceu com o Otávio?

Marco respirou fundo e pacientemente resumiu para ela o que havia acontecido, sem comentar que o rapaz havia tentado se matar.

- E ele está respondendo a processo em liberdade e eu te falei: não pode chegar a menos de vinte metros de mim ou de você.

Os dois ficaram em silêncio e ela ficou olhando para a aliança na mão esquerda dele pousada em sua perna.

- Marco...

- Hum?

- Por que você decidiu se casar comigo, mesmo eu estando em coma?

- Por que eu te amo, ele disse, sorrindo.

- Não... Eu sei que você me ama, mas... e se eu tivesse morrido?

- Amanda...

- Responde... por favor. O que você ganharia com isso?

- Não sei... Talvez nada, mas... mesmo que eu ficasse sem você, em algum lugar do universo, você seria minha...

Amanda ergueu o rosto para ele.

- Eu te amo.

- Eu também tenho uma leve suspeita desse meu sentimento por você, ele conseguiu brincar. - Você está precisando de um bronzeador. Você está branco-leite, sabia?

- Eu sou mineira, esqueceu? É minha cor de nascença.

- Então é branco queijinho de Minas.

Ela riu.

- Eu gosto de você de qualquer jeito, de qualquer cor... Eu te adoro!

AR & MAR

PARTE V

OBRIGADA E BOA NOITE!

SONHAR AINDA É DE GRAÇA!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/10/2018
Reeditado em 13/10/2018
Código do texto: T6470162
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