AMANDA II-CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO V-PARTE 3
III – CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO
Marco riu e olhou para o copo novamente.
- Já me perguntaram isso quinhentas vezes e eu sempre digo a mesma coisa: eu não sei, eu só sinto. Foi o que eu chamei de intuição.
- Então a lenda é verdadeira.
- Que lenda?
- Eu realmente não tenho nenhuma chance... A minha intuição sempre me leva a caminhos não muito corretos.
- Do que você está falando, Cleo?
- Eu me apaixonei por você logo que o vi.
Marco ficou em silêncio, por um momento, desviou o olhar dos olhos dela, mas acabou por dizer:
- Cleo, eu já vi esse filme e pode crer... ele não tem final feliz.
- Eu sei. Só estou comunicando pra você não se assustar depois.
- Eu não estou assustado...
Cleo aproximou o rosto do dele e o beijou, longa e apaixonadamente. Um beijo que Marco não esperava, mas também não teve como recusar. Quando se afastaram, ele estava totalmente tonto. Cleo apanhou os cadernos e afastou-se. Marco passou a mão na boca e pelos cabelos e viu Chu se aproximar dele devagar.
- Pô, meu, choquei agora! Ela tirou a barriga da miséria, ele disse rindo.
- Não é nada disso que você está pensando...
- Eu apostava comigo mesmo ali que você ia me dizer isso.
- O que você está fazendo fora da sala?
- O que você está fazendo aqui fora da sala?
- Cheguei atrasado, ia entrar, mas... ela falou que o Ronaldo não ia me deixar entrar...
- Cascata. A gente estava no anfiteatro assistindo a uma palestra de um publicitário do Rio. Ela não ficou porque estava com fome e veio comer alguma coisa.
- Está brincando?
- Não. A Cleo é esperta, cara. Você caiu direitinho.
- Eu não acredito...
- A parte do “eu te amo” é verdade, Chu falou, sentando no banco ao lado dele no balcão. – Ela está carregando um bonde por você.
- Desde quando você sabe disso?
- Desde que eu falei que você tinha namorada e ela ficou verde-amarelo feito a bandeira do Brasil.
- Como?
- Amarela de susto e verde de raiva.
- E por que você não me disse, Chu?
- Pra quê? O que você ia fazer? Gostou do beijo?
- Para com isso, cara.
- É sim ou não? Gostou?
- Eu amo a Amanda! Só ela me satisfaz nesse sentido. Eu amo a Amanda!
- Eu acredito... mas beijo é beijo. Ou você gosta ou não. E eu vi que durou mais de cinco segundos. Então você retribuiu...
- Eu fui pego de surpresa, Chu!
- Não explica muito não. Eu não conto pra ninguém, mas fuja da Cleo. Ela sabe como pescar um cara. Ele te contou que seduziu o padrasto?
- Seduziu?
- Tentou, pelo menos. Só não conseguiu porque o cara viu que era fria e deu um chega pra lá nela. Saiu de casa e os cambal. Sorte que foi esperto e a mãe dela nem ficou sabendo. Se você não for esperto como ele, você dança, meu!
- Você parece falar de cadeira. Ela já tentou com você?
- Não. Ela não curte asiáticos, alemães ou portugueses. Acho que vai partir para um paulistano nato, agora.
- Que já tem dona.
- Espero que você se lembre disso sempre, mas, por favor, não marginalize a Cleo por isso. Não gostaria de ver inimizades no grupo. A gente é amigo, defeitos à parte. Aqui dentro, temos um ao outro, entende?
Marco sorriu.
- Entendo... Obrigado pelo aviso. Acho que eu tenho muito que aprender aqui.
- Mais que viver do que aprender. Pense assim. Assistiu... “O primeiro ano do resto de nossas vidas”?
- Não.
- Tem vídeo cassete?
- Tenho.
- Assista. Assista com a Amanda. Ela vai gostar. Talvez mais do que você.
- Por quê?
- Tem o Rob Lowe. Conhece?
- Conheço. E daí?
- Não sei, minha irmã tem um chilique cada vez que o vê. Você lembra uns longes dele.
- Só se for no branco dos olhos. Eu já vi o cara e ele não parece comigo.
- Vamos pra sala, garotão. Mas limite-se apenas a sonhar com o beijo hoje à noite. Sua gatinha loira não pode nem sonhar que ele aconteceu.
- Sou capaz até de contar. Acho que ela percebeu que a Cleo estava interessada em mim.
Chu riu.
- Mulher é um bicho danado, não é não? Fareja o perigo de longe. Subestimei sua garota. Você não precisa de mim.
Foi a vez de Marco rir.
CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO
PARTE III
UM EXCELENTE DIA A TODOS
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!