AMANDA II-CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO V-PARTE 4

IV – CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO

Saindo da faculdade, Marco passou na agência de Rita, ficou lá por uma hora e foi para a imobiliária. Mas qual não foi sua surpresa ao ver sentado diante da mesa de Antônio, Otávio, num papo calmo e amistoso. Marco ficou olhando para os dois sem entender nada. Ao vê-lo também, Antônio levantou-se.

- Oi, filho!

Otávio também se levantou e olhou para ele.

- Oi, Marco.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu estava esperando você aí fora e...

- E eu o mandei entrar, completou Antônio. – Ele quer falar com você, filho...

- Sobre...?

- A Lídia... Você me dá um minuto?

- Eu já estou meio atrasado... Eu trabalho aqui...

- Vai, Marco, disse Antônio. - Tudo bem. O que ele quer dizer é bastante importante.

Marco ficou bastante incomodado com isso, mas resolveu aceitar.

- Então... onde vai ser?

- Na lanchonete aí da esquina. É coisa rápida.

Os dois saíram e, já na rua, enquanto iam para a lanchonete, Marco disse:

- Eu não estou entendendo nada. Você estava conversando com meu pai, numa boa e... agora vem falar da Lídia? É bem inusitado. Não deu pra sacar qual é a sua dessa vez.

- Calma! Eu não vim agredir ninguém. Só vim te ajudar a evitar um enorme problema ou pelo menos tentar te prevenir dele...

- Problema?

- É.

Eles não disseram mais nada. Entraram na lanchonete, sentaram-se no balcão e Otávio pediu duas cervejas. Marco cruzou os braços sobre o balcão e esperou. Otávio fez o mesmo, pigarreou e começou:

- A Lídia me procurou.

- Pra quê?

- Ela... descobriu, por fontes que eu desconheço, que você e a Amanda... vão se casar em outubro... pra valer...

Marco colocou as mãos no rosto e respirou fundo.

- Aquela...

- Calma. Ela é só uma garota apaixonada, cara.

- O amor faz bem. O que ela sente não é amor.

- Eu não disse que ela te ama. Eu disse que ela está apaixonada por você. É bem diferente. Ela está muito determinada a impedir esse casamento e foi pedir minha ajuda.

- Meu Deus! Eu pensei que estivesse livre de vocês. É aquele pesadelo voltando.

- Eu não estou aqui como inimigo, Marco. Já estou bem encrencado com essa história e vim só pra te dizer que eu tentei tirar essa ideia da cabeça dela, mas não consegui. Nem sei se isso é verdade. É?

Marco não respondeu.

- Tudo bem, não precisa negar nem confirmar nada. Também não quero saber. Só sei que, se meu nome aparecer nessa história, é mentira dela. Eu não tenho nada a ver com isso. Por mim, não olharia pra sua cara nunca mais, já te disse isso. Eu nem posso estar aqui com você, mas eu não quero levar a culpa por uma coisa que eu não fiz.

- Tudo bem. Obrigado. Fico devendo.

- Não, estamos quites.

Otávio tomou um gole de cerveja e perguntou:

- Você acha que vai dar certo?

- O quê? Os planos dela?

- Seu casamento.

Marco sorriu.

- Eu já sou casado.

- Mas vocês não moram juntos. Vivem como solteiros.

Marco fechou os olhos e respirou fundo, não acreditando que estava conversando sobre isso com ele. Otávio continuou:

- A Amanda é uma criança ainda, Marco, e você...

- Você ameaçou aquela criança com uma arma na cabeça, lembra? Aquela criança ficou em coma por quase um mês, por sua causa, esqueceu? Foi por isso que eu quis me casar com ela, quando não tinha mais esperança nenhuma de vê-la consciente de novo, já te expliquei isso. Hoje, eu te agradeço. Ela é minha de um jeito que ninguém pode separar, não importa a idade que a gente tenha!

Otávio ficou em silêncio.

- Vou te fazer uma pergunta idiota, Marco falou. – Você... não contou pro meu pai sobre o casamento, contou?

- Não.

- É, ele não teria me recebido tão calmo, se tivesse. Tenho que agradecer por isso também.

- Por que você não quer que ele saiba?

- Você acabou de falar: ela é uma criança e pro meu pai eu também sou. Ele não quer que eu me case tão cedo.

- E ele está errado? Você tem dezenove anos... Tem tanto pra viver ainda...

- E quem disse que eu vou morrer, se me casar com a Amanda? Ela é minha vida.

Otávio tomou outro gole de cerveja.

- A Lídia está morrendo por você...

- Eu não posso fazer nada por ela, Otávio. Ela namorava um cara que é doido por ela ainda hoje. Ele tinha e tem tudo pra fazer uma garota feliz. Ela tem que partir pra outra.

- Não é fácil...

- Não estou dizendo que é, mas ela tem que tentar. Não é me agredindo, me ameaçando ou ameaçando a Amanda que ela vai conseguir alguma coisa comigo.

Depois de alguns segundos em silêncio, Otávio disse:

- Se importa... de me dizer como ela está?

Marco olhou para ele e respondeu:

- Está ótima.

- Legal... ele falou, levantando. – Desculpa ter tomado seu tempo. Cuidado com a Lídia. Ela tem uma imaginação bem fértil pra coisa errada.

- Tudo bem. Agradeço o toque. A minha esperança é que ela não tenha provas do que pensa que sabe.

- Pode até não ter, mas se não for desse jeito, ela vai procurar outro meio de impedir esse casamento. Eu devia ter tomado aulas com ela, antes. Teria conseguido afastar você da Amanda fácil, fácil.

Marco olhou para ele, imaginando se ele falava sério ou estava brincando. Otávio sorriu, pagou a cerveja e percebeu que o copo de Marco ainda estava cheio.

CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO

PARTE IV

UM EXCELENTE DIA A TODOS

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/10/2018
Reeditado em 22/10/2018
Código do texto: T6480226
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