AMANDA II - REVELAÇÃO XIII - PARTE 1

I – REVELAÇÃO

No domingo, o casal Rotemberg e Amanda chegaram pouco antes das onze da manhã. A animação e a presença de espírito de Rita disfarçavam um pouco a tensão de Marco e Amanda, sem contar a de Laila que nem tinha conseguido dormir direito naquela noite, pensando na decisão inesperada do filho e já pensando na reação que Antônio teria ao saber dela.

Almoçaram normalmente e Antônio e José foram para a frente da casa, conversar assuntos diversos. O trabalho dos dois, a vida nova de casado de José, os filhos. E Laila, Rita e Amanda conversavam na cozinha, sobre justamente os dois homens.

- Eu acho que eu devia ter falado com o Antônio antes, disse Laila. – Vocês se arriscaram muito decidindo isso, sozinhos, Amanda. Ele não vai deixar esse casamento acontecer, nunca!

- Ele não tem mais com não deixar, dona Laila, disse Amanda. - Não tem mais como a gente ficar brincando de namorados, se já somos casados.

- Mas vocês são tão jovens...

Marco entrou na cozinha.

- A Mariana está chorando, mãe. Deve ser fome. Já troquei a fralda dela, mas nada faz parar. Eu sou gostoso, mas não tenho o que ela precisa, ele diz sorrindo maroto. - Ela quer você.

- Eu já vou lá, filho.

- Não precisa nem fazer ela dormir de novo. O papai vai tratar de acordar. Eu vou contar pra ele agora.

- Ah, meu Deus! - gemeu Laila, saindo da cozinha e indo acudir a filha.

- Não acredito que a reação do seu pai vai ser tão ruim assim, Marco, falou Rita. - O Antônio é um chato, mas sempre foi bom pai.

- Nunca pensei diferente disso, Rita. Ele é o melhor pai do mundo. Não seria se não bronqueasse. Só que eu tenho que começar a pensar em mim.

- Essa é a loucura mais gostosa que eu já vi! Contem comigo pra acalmar o JR.

Marco e Amanda olharam-se e riram. Ele pegou a mão dela.

- Vem, gata. Vamos chamar os dois “feras”.

Ele beijou sua mão.

Antônio e José foram “convocados” a entrar e, sem entender a formalidade do pedido, sentaram-se lado a lado no sofá.

- Que é? Se não tem sobremesa, a gente se conforma, brincou Antônio, sorrindo.

- A coisa é um pouquinho mais séria que isso, pai, Marco falou.

- Hoje não é dia de coisa séria.

- Hoje é o dia certo pra isso. Ouve só, por favor.

Antônio cruzou as pernas e os dedos das mãos sobre os joelhos e se propôs a ouvir.

- Tudo bem. O que aconteceu?

Marco respirou fundo e pegou a mão de Amanda.

- Eu e a Amanda... queremos comunicar a vocês dois que... a gente vai se casar logo.

José olhou para a filha e franziu a testa. Antônio fez o mesmo, olhando para ao filho. Laila apareceu na sala, com Mariana no colo, e ficou ao lado de Rita.

- Acho que não entendi, disse Antônio, em voz baixa.

- Nós vamos nos casar pra valer, na igreja matriz de Santo Amaro... daqui dois meses, explicou Amanda, segurando firme a mão de Marco, entre as suas.

José coçou a testa e encostou o corpo no sofá, apoiando a cabeça no braço apoiado no braço do sofá.

- Meu Deus... disse baixinho.

- Como é que é? - Antônio perguntou, erguendo-se lentamente e olhando para o filho.

Marco sustentou o olhar do pai e confirmou.

- É isso aí, pai... Sete de outubro...

- E quem determinou isso?

- Eu...

Laila segurou o braço de Rita que a abraçou, sorrindo sutilmente.

- Você ficou doido, Antônio afirmou ainda em voz baixa.

- Foi uma decisão dos dois, Amanda corrigiu. – Nós dois queremos isso.

- Aposto que ele conseguiu te fazer a cabeça.

- Não, seo Antônio, eu quero. Eu sempre quis...

Ele deu a volta por trás do sofá e apoiou-se no encosto, tentando se controlar. José se levantou também.

- Eu não acredito... Antônio falou. – Vocês... Vocês não aprontaram nada, aprontaram? Você engravidou a Amanda, Marco Antônio?

- Não! Claro que não, pai! - disse Marco, rindo mais pelo nervoso do que pelo absurdo da pergunta.

- Só pode ser isso, pra decidirem isso assim às pressas...

- Amanda, você não... José começou a dizer, olhando para a filha.

- Não, pai, não é nada disso.

- Então por quê, meu Deus? Quem está morrendo desta vez? - perguntou Antônio exaltado.

- Ninguém está morrendo, pai...

- Amanda, falou José, nós tínhamos combinado que isso só aconteceria depois que você se formasse e...

- Não, professor, interrompe Marco. - Ficou combinado que isso aconteceria depois que eu me formasse, tivesse um emprego fixo e uma casa, fora a faculdade. Pois eu já fiz três dessas coisas e estou no começo da quarta. Eu não quero mais ficar longe dela...

- Duas crianças! - falou Antônio.

- Eu já estou cheio de ouvir isso, também.

- Mas vocês são duas crianças! - Antônio gritou.

REVELAÇÃO

PARTE I

UM EXCELENTE DIA A TODOS

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Velucy
Enviado por Velucy em 30/10/2018
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