Uma Rosa para Berlim: Sem ter para onde correr, 5

-Vamos para a casa do seu pai agora, Nina - ouço após acordar com uns

tapinhas no rosto. É Érika que me acorda -Temos que pegar uma carona

para o centro comercial de Berlim! Só falta você. Já estamos preparadas.

- Também já estou!- falo passando as mãos nos cabelos - vamos logo.

E coloco meus sapatos e ajeito meu sobretudo. Estou sentindo muito frio

pois, está nevando um pouco. E vamos para a rua para pedir carona.

Alguns carros estão com neve. E os que passam na rua passam limpos .

Um carro velho de carga está vindo em nossa direção. Faço sinal de quem quer carona e ele para. Entro agradecendo. As outras pulam na parte de

trás, a carroceria, cheia de legumes e com pouco espaço.

- Estou indo para o centro comercial de Berlim.- disse Carla da carroceria.

-O que faz jovens como vocês por estas redondezas? - perguntou o motorista olhando- me.- aqui é uma área de pouco atrativo !

-Meu pai é oficial e está em operação nas redondezas...- Alguns tiros e o caminhão freia bruscamente fazendo minhas amigas gritarem ao caírem

nas batatas. E fazendo com que eu quase bata com a cabeça no vidro.

- Desçam todas aí de cima e vocês dá boleia - grita o sargento gorducho se aproximando com 4 soldados. Parecem saber o que procuram .

- Não façam nenhum movimento brusco....- lembrou o sargento olhando- me. Tenho ordens para atirar!

- Tudo bem- disse Karoline descendo devagar. A pistola cai da cintura e o sargento salta sobre o pescoço dela. Não sabia que ela estava armada .

- Sei quem você é e de onde está vindo - dá um tapa no rosto dela quase derrubando-a e faz sinal para o motorista não se meter e me puxa pelo braço e faz sinal para o motorista sair com o carro dele dali.

- Saia rápido !- o empurra para dentro da boleia e fecha a porta.

- sim senhor !- disse ele mais aliviado pois, estava tenso.

- Cloloquem todas elas no veiculo.

Nos empurram para dentro do veículo militar e nos levam para algum lugar que mão falam . Estamos as quatro na carroceria de um caminhão com soldados bem armados. O caminho vai ficando cada vez mais amigo,

mais familiar. Parece que estou à caminho de minha casa . E logo vejo a

rua onde moro com alguns veículos militares, e, cada vez que chegamos

perto de minha casa , meu coração bate mais forte. Olho para Érika e a

vejo de olhos arregalados. Karoline está estática e me olha sem entender

nada . Carla está mais calma , mas muito séria. E o caminhão pára bem

em frente da minha casa e somos empurradas para fora do veículo.

- Não tentem nada !- gritou um tenente ruivo que se aproxima - nada!

- Minha pequena....- disse minha mãe chorando. Ela aparece na porta e corre para junto de mim, ao mesmo tempo que coloca algo no meu bolso e segura minha mão para não averiguar. - Não posso fazer nada - Grita ela chorando - e me abraça forte e fala - são loucos! Fuja para longe !

E meu pai se aproxima e me afaga a cabeça e vejo lágrimas em seus olhos. E então me leva para dentro onde tem mais soldados e um oficial . -fuja pelos fundos.- sussurra ele nos meus ouvidos - permitiram que você leve sua roupa. Vão te levar para a liga feminina.

- Seja rapida com isso e...- disse o sargento olhando bem no fundo dos meus olhos.- suas amigas podem ir te ajudar. Seguem junto com você!-

Parece saber do que se passa pela cabeça dos meus pais - não tente fugir pois, tem homens cercando a casa. E o pai de Karoline está vindo aqui !

- Não vou colocar a vida de meus pais em risco - grito - vou com vocês!

- Seus pais concordam com nossas decisões- grita o sargento.- vagabunda

idiota! Vai aprender a ser gente de bem!

Então sou empurrada para o andar de cima por um cabo ladeado por 4 soldados. Me empurram junto com minhas amigas. E os quatro vão e nos

levam para o quarto e me jogam no chão. Parecem querer algo mais. Um soldado aproveita minha blusa rasgada e rasga o resto. Eu chuto seus orgãos genitais e ele grita. Carla é agarrada e ela arranha o soldado no

rosto . Érika toma a arma de um soldado e Karoline é jogada no chão. Escuto tiros vindo do andar de baixo e o grito de minha mãe em desespero . 2 soldados saem correndo do quarto e Karoline os acertam nas costas mais tiros. Um soldado vem em minha direção e me pega pelos cabelos me erguendo. A pistola está encostada em minha cabeça. Minhas amigas ficam sem ação. Ele me tira do quarto com minhas amigas apontando as armas ,que pegaram , para o soldado que me leva para baixo. A visão que tenho é de 5 soldados mortos, o sargento agonizante e meu pai e minha mãe mortos. Os olhos do soldado ficam arregalados e eu grito de pavor, desespero... me solto à força e me jogo sobre eles .

- Mãe ! Pai !....- sacudo-os tentando acordá-los.- Pai ! Mãe!

- cala a boca ! - gritou o oficial que sai da cozinha - e as três soltem as armas e se rendam ! A casa está cercada!

Eu salto encima do corpo de minha mãe e estou em prantos. Depois vou para cima do corpo de meu pai e tento acordá-lo. Bato no seu rosto.

- levante, pai....- vou para cima da minha mãe - acorda... mãe! -vadia ! - grita o cabo chutando meu corpo.- levanta e veja o que aconteceu em sua casa ! Se não quiser morrer faça suas amigas se ...

Reajo com muita violência e saco a arma que estava na mão de meu pai e saio disparando acertadamente.1,2,3,4,5 tiros certeiros e não há mais nenhum soldado vivo na sala pois, minhas amigas fizeram o mesmo e começaram a atirar nos que tentavam entrar . Eu me levanto rapidamente e pego os carregadores municiados dos militares mortos e me preparo para trocar tiro com os soldados que estão do lado de fora. Atiro e atiram

e Carla responde com precisão. Atira bem . Atiro outra vez. Menos soldados reagem . Alguns atiram para que os outros possam sair do lugar e se posicionarem melhor. E então fico olhando aquele quadro de horror.

Mais tiros vindo da rua e Carla acerta mais um que corria para o veículo.

Karoline atira em alguém dentro do veículo e Érika acerta um cabo que

tentou voltar atirando. E eu volto para dentro de casa .