O diário de Ana Capítulo XVII
O Sr. Cornélio pegou o telefone tremendo e discou para alguém e disse com voz ofegante:
-Achamos o nosso menino, achamos.
-Do outro lado da linha, ouviu-se uma voz rouca e chorosa que interrogou o Sr. Cornélio:
-Tem certeza que dessa vez é ele? Já tivemos tantas desilusões, eu não tenho mais esperança de encontrar meu filho.
Quem dizia isto era Marcos, o pai biológico de Carlos.
Marcos foi quem o abandonara, sem ao menos ter o visto nascer, com o tempo o remorso o invadiu de tal forma que ele voltou na pequena cidadezinha para encontrar seu filho, bem como sua mãe Ana. Mas já era tarde, pois passou-se muito tempo, quando ele retornou, Ana já havia falecido e também a mãe dela.
A angústia, o vazio, o arrependimento, invadiram o coração de Marcos, que prometeu juntamente com o Sr. Cornélio que achariam seu filho.
Desde aquela promessa, iniciou-se ali uma busca incessante, para encontrar o menino, que agora rapaz faria com que eles tivessem um refrigério ao encontra-lo, pensavam eles, cumprirem o tão sonhado desejo de Ana, que se tornou deles também.
Não demorou muito e lá estava Marcos, na casa que era de Ana, ele pediu as chaves ao Sr. Cornélio que compreendeu o pedido dele.
Entrar na casa de Ana era como se Marcos voltasse no tempo e relembrasse os encontros que tivera com ela, Marcos naquela época, era muito imaturo e por isso não deu a devida importância ao seu romance com Ana.
Olhando para trás, carregava no peito um arrependimento sem volta.
Ele depois que foi embora daquela cidade, estudou engenharia e se formou, casou, teve um casal de filhos. Mas no seu coração sempre ficou voltado para Ana, o seu grande amor do passado, só que quando ele chegou a essa conclusão já era tarde, já estava longe dali e casado.