CARTA RASGADA parte V e parte VI

Não sabia o que fazer. Por um momento fiquei parado, estático, imóvel, como se tivesse visto uma fera que iria avançar em mim. O mesmo gato na janela fez barulho e entrou, mas eu estava em choque. Minhas mãos tremiam, meu coração acelerou, deu um frio horrível na barriga, senti a cabeça girar um pouco, quase que aquela sensação de sair da terra sem tirar os pés do chão.

“Ela... ela me traiu? Como assim? Ela me... me traiu? Não! Não, não, não, não! Ela não. Nós íamos casar. Ela dizia que me amava. Que era mais fácil... não... – as lágrimas começam a rolar copiosamente dos meus olhos. – Não, Deus! Ela não. Diz que é um pesadelo. Ela não. Traição não. Por favor não!”

Desliguei o computador. Não aguentei ver mais nada. Tirei o gato intruso, mas não o expulsei. Apenas o peguei e o coloquei delicadamente para fora. Minhas luzes estavam apagadas. Acendi. Me olhei no espelho com os olhos inchados. Aí que me deu vontade de chorar mais ainda. Apaguei novamente a luz. Me ajoelhei, comecei a orar, coisa que há tempos não fazia:

“Deus, por que isso foi acontecer comigo? O Senhor estava no controle, não estava? E por que Tu permitiste que isso ocorresse debaixo do meu nariz? Já não basta o fato dela ter me deixado já ter sido ruim demais pra mim, agora por esse motivo? E eu tenho que descobrir isso da pior maneira? Pai, por favor, me direciona, não sei o que devo fazer... aliás, não sei nem se o Senhor está mesmo me ouvindo. Acho que sequer se importa com o que estou falando! A prova disso é que o Senhor me fez de bobo me deixando noivar com uma Gômer, que dizia me amava, mas que estava me traindo esses últimos dias. Agora ela está com o namorado bonitão dela, ele é rico, tem casa na praia, é médico, e eu... carteiro... carteiro...”

Dizem que quando você chora muito você está lavando sua alma por dentro. Nessa noite a represa arrebentou. Chorei o que eu não havia chorado por tê-la perdido. Sabia que Deus não tinha culpa, Ele sabe o que faz e o que permite que aconteça em nossas vidas. Mas quando você está cego pela tristeza e pela raiva, Ele sempre será o primeiro culpado na nossa cabeça.

Peguei minha bíblia. Evangelho de João. 13;7:

“Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.”

De todos os textos que poderiam cair diante dos meus olhos me vem logo esse? Aff! Fui deitar. Nada do sono vir. Luzes apagadas. Fecha os olhos... nada do sono vir. Então tirei meu celular do carregador e fui ler uma das poesias que fiz. Achei um soneto. Fiz em tempo de briga com ela, mas gostei do que fiz. Se chamava O LADRÃO:

“Enquanto estamos juntos longe vejo

A possibilidade de murchar

A flor que cultivada com desejo

O tempo possa vir a destroçar

Reparo que há dias não te beijo

Nem testifico do seu meigo olhar

Um mal estranho aproveitou ensejo

Sendo um entrave ao nosso dialogar

Não queira, minha dama, ter perdido

Os doces beijos que fazem barulho

Devemos novamente ‘star unidos

Tirando os sentimentos do entulho

Pra que a Justiça do amor ferido

Prenda de vez esse ladrão: ORGULHO.”

Fui tentar dormir depois de ler isso. Ao dormir. Tive um sonho. Sonhei com ela. Aaaahhh... Ana. Minha amada Ana. Sonhei que estávamos no parque de bicicleta. E eu que sempre fui mal em exercícios, a vi novamente naquela trilha... me pedindo ajuda para pedalar sem cair. E eu a ajudava. Acordei no meio da noite chorando novamente. Que noite horrível. Esqueci-me de colocar o celular pra carregar de novo. Coloquei. Tentei dormir. Dessa vez o sono decidiu ir embora... junto com o sonho... e o sonho... junto com ela.

Acordei. Péssimo. Podre de péssimo. Nunca dormi tão mal na minha vida. Me atrasei. Peguei o ônibus. Desci no ponto errado. Esperei vir o outro. Demorou uma eternidade. Chegou. Entrei. Peguei o trem. Se ele já estava cheio nos horários normais que eu pegava, parece que naquele dia todo mundo resolveu atrasar e entrar em um vagão só: o meu.

Só sei que eu cheguei quase uma hora atrasado. Me perguntaram o que houve. Quando viram minha cara, alguns ficaram sem graça. Até aquele colega de zoeira decidiu ficar em silêncio, pois pelo meu olhar, a noite foi docão. Sim! Tudo junto: DOCÃO!

Fui entregar as cartas. Chego na rua Dr. Francisco. Casa da Ana. Envelope maior. Rodrigo, o demônio. Entrego, mas antes de entregar, percebi que o carro do meu ex-sogro não estava lá. Parecia não ter ninguém em casa. Olhei para aquele envelope, me deu uma vontade de abrir aquela correspondência, rasgá-la, rasurá-la, fazer de tudo. “DANE-SE! VOU ABRIR!”

Quando eu ia abrir, um vizinho saiu da janela e olhou. Parecia um enviado do mal para impedir meus planos, ou um anjo pra me impedir de fazer besteira, já que naquela rua quase todas as casas possuíam câmeras.

Foi a correspondência com mais raiva que já entreguei na minha vida. Ao coloca-la na caixa, fiz questão de empurrá-la com força suficiente para amassá-la. Mas com força mesmo. Eu fingia que a mão havia grudado... sei lá o que inventei na hora.

Saí de lá. Fiz meu serviço, voltei pro posto. Voltei pra casa. Chego em casa, adivinhe? Tinha uma carta na minha caixa de correio. Que incógnita. Eu, carteiro, recebendo cartas. Me deu uma sensação ruim. Eu tive uma noite mal, um dia estranho. O almoço não teve gosto nenhum. Um inferno. Não poderia piorar.

Poderia sim. Eu ver de quem é a carta, o remetente estava escrito:

Ana Santos Ferdinando

Rua Dr. Francisco Filho

Eu nem li mais nada do endereço. Só o fato de ver uma carta dela já me era o suficiente. Eu sequer dei atenção. Um vizinho me chama e me disse que o carteiro deixou a carta, mas com um pacote. Ele havia recebido pra mim, já que eu morava só e meus pais moravam em outro lugar. Agradeci ao vizinho. Entrei, nem tirei a roupa, fui logo vendo o pacote. Estava escrito no remetente o mesmo nome:

Ana Santos Ferdinando.

Primeiro fui ler a carta. Cada vez que o envelope fazia barulho de rasgar, eu sentia meu coração picotar. Abri. Estava escrito apenas isso:

19 de janeiro de 2019

Caro XXXXX,

Agradeço por todas as belas poesias que você me deu, mas não vou mais precisar disso.

Obrigado!

Ass: Ana

“O que? Como assim não vai mais precisar? Ela me disse que nunca jogaria fora...”

Então olhei para o pacote. Ao desembrulha-lo, vejo uma caixa. Era a mesma caixa em que ela guardava as poesias que eu escrevia pra ela. Ao abrir, estavam todas lá...

Continua...

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Milhões de xingamentos vieram na minha cabeça. Um nome mais sujo do que o outro. Amassei aquela carta e peguei a caixa com minhas poesias, todas as que eu li enquanto estava sem sono, todas que escrevi com tanto carinho e amor por ela, todas as que eu fiz apenas pensando em agradá-la, todas aqueles versos, inspirações, músicas... fui para minha laje.

Coloquei a caixa com embrulho no meio de um espaço aberto que dava para ver o céu estrelado, só que eu não estava nem aí para as estrelas, enchi de álcool, acendi um fósforo e queimei tudo. Enquanto eu via aquela caixa com todas as minhas dedicatórias a um amor que tive, todos os textos trabalhados em cima de uma pessoa, sendo a que eu quase firmei um compromisso vitalício, a pessoa para quem eu iria não só fazer versos, mas lavar a louça, cozinhar o feijão, olhar as crianças que teríamos, trabalhar duro e se possível fazer horas extras para trazer o sustento para ela, minha fé no amor se consumia junto. Algumas poesias continham fotos... lembrar disso não me fazia bem em casa. Ver aquilo queimar foi o estopim pra mim.

Após só sobrar cinzas, minha sorte foi que choveu logo depois e tirou aquele cheiro de fumaça que eu propaguei na vizinhança naquela hora da noite. Fiquei ali parado, tomando chuva, vendo as brasas se apagarem pouco a pouco com as gotas frias que caíam do céu. Deus é espírito, mas aquela chuva cair logo após a queima das minhas poesias me indicava um sinal de tristeza celeste.

Tomei banho. Mais uma noite sem jantar. Celular no carregador. Fui dormir. Tive um sonho: Via um cais que estava para desancorar um navio, parecia muito Titanic aquela cena, mas o Titanic não era. Eu estou no cais, vejo que Ana está subindo a rampa do navio, eu tento subir, mas a rampa se levanta e se fecha. Grito o nome de Ana. As pessoas estão se despedindo no cais de seus queridos que entraram no navio e apareceram na proa. Ana surge. Chamo seu nome, ela apenas me olha em silêncio, enquanto do nada o Rodrigo aparece ao lado dela abraçado. Ela abaixa a cabeça e volta para dentro do navio. O navio sai. Perco-a de vista. Acordei todo suado e chorando novamente... não tava sendo fácil.

Me levanto para trabalhar... mas não era meu dia de serviço. Fico confuso, pergunto a mim mesmo se dormi ou não. Fico na cama. Olho o relógio: 9h00. A vontade de ver novamente uma foto dela foi se transformando numa raiva intensa. Aquela rua Dr. Francisco Filho me marcou, negativamente. Não entendia porque cargas d’água eu fui designado para lá. Acho que Deus já queria que eu esquecesse ela. Sei lá.

O fim de semana sozinho ali depois dessa seria uma catástrofe total, e por mais que eu sabia que a depressão é uma doença séria, ficar deprimido pra mim seria um caos, logo eu que sempre fui se não muito, pelo menos um pouco... alegre. Fui passar o fim de semana na casa dos meus pais. Eles me receberam muito bem. Finalmente eu iria comer comida de gente. Minha mãe era uma exímia cozinheira.

Eu ainda possuía alguns amigos ali onde meus pais moravam. Foi bom revê-los. Amigos de infância, de igrejas que já frequentei, de futebol (embora eu sempre fosse aquele que a natureza marcava só). Como é bom rever essas pessoas. Porém não comentei nada com eles sobre a Ana. Apenas falei do trabalho que havia conseguido.

Domingo a noite, após o culto, janto na casa dos meus pais e em seguida eu já iria pra casa. Dou um beijo nos dois e me vou. Quando já estou virando a rua minha mãe me grita. Eu volto pra ver se o motivo do berro foi porque esqueci alguma coisa. Ela me olha e diz:

- Nunca se sabe que carta um carteiro entrega, filho.

Eu fiquei tipo... WHAT? Abracei-a e fui embora. Coisa de louco, de velho ou de preocupação de mãe. Mas a frase não fazia sentido pra mim. Acho que ela estava se referindo as contas de água e luz.

Volto pra casa. Percebo que na minha caixa de correio tinha alguma coisa. Entregaram no sábado. Quando vou ver, é outra carta da Ana. Meu coração acelerou, mas de raiva. Como podia tanta audácia? Era um pedido de desculpas? Ela na tem celular não? Tem que ficar com essa frescura de cartinha de querer me esculachar? Minha vontade era queimar sem nem abri-la. Mas o ódio me foi tanto que eu não abri. Rasguei a carta inteira sem nem abri-la. Joguei os pedaços dela pela casa. Eu iria jogar no lixo tudo, mas estava cansado pra aquilo e achei que o lixo não merecia receber os papéis daquela... lixo.

Acordo segunda-feira. Os papéis rasgados estão espalhados pela minha sala. Varro tudo e jogo no lixo do banheiro. Não era dia de lixo na segunda, então eu ajuntaria tudo de uma vez e colocaria num saco só na terça de manhã. Chego ao meu posto. Lá vai eu pra mesma região. Chego na rua da Ana, não havia carta pra ela, não pra ninguém. Dei graças a Deus, senão eu tinha entregado a carta toda mastigada.

Termino o expediente. Volto pra casa. Me deu vontade de descer uns pontos antes para passar no mercado e comprar alguma coisa pra comer. Estava com preguiça de fazer comida na segunda, ainda mais depois de ter experimentado a comida da minha mãe. Após fazer as compras, vou descendo pra minha rua. Duas ruas antes de começar a descer os becos e valados onde moro, encontro um carro prata. Estacionado na frente de um condomínio. Fui ver o nome da rua:

Rua Sebastião Laudelino Morais

Fui ver qual era o carro: Jetta prata quatro portas. Era o caso do ex-sogro. “Poxa, é perseguição, é?” pensei alto. Fico olhando pro carro parado por uns segundos, quando vou descer, a porta do condomínio se abre. Tem duas pessoas vindo em direção ao carro. Quando vou olhar quem, fiquei imóvel. Meu ex-sogro e o Rodrigo Silveira Chagas. Quando olho para os dois, não sei o que deu em mim, esperei eles saírem e parti pra cima do Rodrigo. Por qual motivo? Até hoje não sei:

- Eu já sei da sua vida, seu safado, cretino! Você não me engana com sua roupinha engomadinha não!

- Cara, me larga! Quem é você? Você é louco?

- Ei, senhor, se afasta dele. Deixe o doutor em paz. Largue ele! – disse meu ex-sogro.

- Você pensa que eu não sei? Você vai fazer do mesmo jeito que a Ana fez comigo. Você é um impostor! Eu vi suas fotos com várias mulheres, seu prostituo! Miserável!

- XXXXXX, solta ele! Você é doente??? – meu ex-sogro tenta me separar do colarinho do Rodrigo.

- Cara, quem é você? Me solta? – Rodrigo tentava me largar, mas quando se está com raiva ou medo, parece que seus músculos se tornam sobrenaturais.

- Eu sei que você está traindo a Ana, convenceu meu ex-sogro na lábia e com suas riquezas e fez até a Ana devolver minhas poesias. Você morava esse tempo todo aqui e eu não desconfiava!

- Ana? Traindo a Ana? Velho, você não tem respeito pela família?

Nesse momento eu o solto e me afasto dele. Os dois me olham:

- Peraí... eu conheço você... você não é o carteiro que me entregou um pacote recentemente?

- É, Rodrigo. Esse aí... era o noivo da minha filha.

- Espera aí... por que você falou de traição?

- Você é um safado! Eu estava noivo da Ana até março. Ela terminou comigo no final do mesmo mês. O mesmo mês que vocês tiraram uma foto na sua casa da praia e... – olho para meu ex-sogro – e o senhor sabia de tudo isso e nunca me contou nada? Só porque eu não tinha todo o luxo que sua filha merecia... o senhor sabia e nunca me disse nada! Por que vocês foram tão covardes comigo? O que eu fiz de mal ao entrar na família de vocês?

- XXXXX – meu sogro olha pra mim com olhar de tristeza – o enterro da minha filha foi ontem, domingo à tarde.

- O QUE? Que enterro? Como assim? A Ana está morta? Mas quem a matou? Como... como isso pôde acontecer?

Nesse momento Rodrigo vai até mim, coloca a mão no meu ombro e diz:

- Eu sou neurocirurgião. A Ana foi acometida de um câncer no cérebro. Eu sou o médico particular da família. A casa que você nos viu era uma casa de repouso. Era do hospital particular, não minha.

Meu cérebro não estava mais raciocinando direito. Começo a gaguejar:

- Mas... ma... ma... mas gente, vocês... vo... vo... vocês estão falando de quê? Como assim câncer?

- A Ana desenvolveu um caso raro de tumor no cérebro que aos poucos iria se alastrar. Como os pais da Ana precisaria de um hospital particular para o tratamento, eles se mudaram para perto do hospital que eu trabalho, assim eu poderia cuidar do caso dela mais próximo.

- Mas por que você estava com o carro dele? – aponto para meu ex-sogro.

- Porque tinha vezes que eu tinha que ir até onde Ana estava as pressas e não podia ir de ônibus até lá. Então o pai dela me deu a liberdade de ficar com o carro dele para, dependendo da necessidade, eu pudesse voltar pra minha casa se eu saísse muito tarde. Tanto é que teve um dia que eu estava tão atarefado e no outro dia eu tinha plantão, que eu precisava chegar em casa cedo, porém esqueci de buscar algo em um parente. Então como eu já estava perto de casa, saí acelerando o carro. Quase atropelei um moço que tinha descido do ponto.

O choque foi tão grande que meu queixo se batia...

- Mas no seu perfil está que você tem um relacionamento sério...

- Aquele perfil é um perfil público. Realmente estou... mas nunca foi com a Ana. E não sei como você achou outro perfil meu, mas isso se chama invasão de privacidade, não acha?

- E por que vocês tiraram aquelas fotos na festa? Como uma pessoa que tem câncer vai para festas?

- A Ana já não queria mais fazer nada depois que descobriu a notícia da doença. O choque pra ela foi tão grande que ela quis se trancar em casa. Desde então peguei amizade com o pai dela e aos poucos fomos tentando leva-la para se distrair em algum lugar pra que ela não entrasse em depressão. Aquela festa era uma festa apenas para médicos e enfermeiros do hospital. Eu quis leva-la por... dó.

- Mas vocês estão abraçados numa foto... ela está feliz...

- Meu amigo, e você ainda é infantil o suficiente pra saber que alegria de foto não é felicidade de vida? Eu a fiz tirar aquela foto à força, porque ela não queria tirar foto com ninguém. Quem a abraça sou eu, e já era a terceira foto, porque ela tirou duas sem sorrir.

Olho para o meu ex-sogro perplexo:

- E por que o senhor nunca me disse nada? Eu poderia ter ajudado...

- Primeiro, filho. Na época vocês estavam noivos e você desempregado. Segundo, foi ela quem pediu pra que você não soubesse.

- E o senhor... – começo a chorar alto no meio da rua. Minhas compras continuavam no chão:

- Ela não vinha reagindo aos medicamentos. Cada dia que passava ela só piorava. O doutor Rodrigo, generosamente, ficava em caso analisando exame por exame, resultado por resultado, todos em casa. Então ele nos enviava o resultado dos exames com as receitas dos medicamentos por correio.

- Não! Não! Não! – nesse momento dou um grito. – Não! Não me diz isso... nãoooo.

- Então o senhor Ferdinando veio até minha casa para me agradecer pelos serviços prestados a família. Eu não cobrei o preço que devia, porque me compadeci do caso dela. – disse Rodrigo.

- Aliás, XXXXX. A Ana sempre falava em você. Inclusive ela fez uma coisa que eu nunca vi ninguém fazer na minha vida. Ela te enviou duas correspondências. Em seguida na sexta ela postou uma outra carta dizendo que era para voe, mas não sabia quando iria chegar...

- CARTA?

- Sim. Ela pediu pra que eu colocasse tudo no correio, mas duas correspondências eu coloquei na quinta, que só chegaria sexta e a outra acabei esquecendo conforme ela foi piorando. Ela que me lembrou a tarde, então saí com meu carro no final da tarde para deixar a última carta dela no correio antes que fechasse e...

Fui correndo pra casa...

Continua no último capítulo...

Leandro Severo da Silva
Enviado por Leandro Severo da Silva em 30/05/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6660539
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