Q.B. - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO - PARTE 2

III - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO

Don’t judge us by distance or the difference between us…

(Não nos julgue à distância, ou a diferença entre nós...)

…try to look at it with an open mind...

(...tente olhar para isso com a mente aberta...)

…because where there is one room... you always find another…

(...pois onde há um quarto... você sempre encontrará outro...)

O empresário John Reid estava contente com essa nova tomada de energia de Elton. Ativamente, tratava de conseguir projetar o nome dele em vários países do oriente onde não haviam conseguido entrar e a seriedade de seu trabalho como empresário de um mito do rock dava a ele todas as cartas. Reid sabia como manipular as armas que tinha, e seu carinho por Elton o animava a nunca desistir, mesmo que seu “protegido” às vezes quisesse fraquejar. Ele tinha que aproveitar a boa fase em que Elton vinha atravessando artisticamente, já que particularmente continuava a ser um homem solitário e tremendamente carente de atenção, sentimento ainda inconsciente, mas doloroso para um homem tão sensível.

Elton havia ficado animado com as apresentações pela Europa e principalmente na França, país que sempre o recebia bem e do qual gostava muito. Mas Reid queria mais. Queria atravessar as fronteiras proibidas do oriente comunista. Queria saber até onde a política impedia um povo de apreciar boa música. Estava disposto a pagar para ver e procurou meios de conseguir isso. Elton tinha que entrar nos países atrás daquela imensa cortina de aço para derreter todo gelo das ideologias não ocidentais. Conseguindo isso, seria o mesmo que estar de volta a um Troubadour ainda mais duro e incerto, num 25 de agosto qualquer... Se deu certo com um Elton John verde em 1970, por que não daria agora com o um superstar já consagrado no ocidente? John apostava em seu “protegido”. Era só lançar as cartas...

Telegramas, cartas, telefonemas, contatos diretos e indiretos com divulgadores russos e mil viagens cansativas, mas válidas e Reid acabou vencendo. Conseguiu que Elton tivesse passe livre em Israel.

O empresário quis rapidamente dar a notícia a Elton, logo que soube.

Certa tarde, chegou aos estúdios da Rocket Records e, ao entrar no estúdio, encontrou Elton com Ray Cooper, seu percussionista e amigo de muitos anos, e Gary Osborne, ensaiando algumas canções. Elton estava cantando e tocando “Your Song” na versão feita por Billy Paul, bem mais dançante e alegre. Ray o acompanhava nos tamborins que eram sua especialidade e Gary estava sentado atrás da mesa de som.

Comedido, mas sorridente, John ia interromper.

- Eu tenho uma not...

Gary colocou o indicador sobre os lábios e pediu silêncio. Reid abriu os braços e olhou para Elton. Este continuava cantando e sorriu para ele dando mais inflexão à voz e batendo ainda mais forte no teclado.

Gary colocou o microfone da mesa na direção de John para que ele também cantasse e cantou ele mesmo com Elton. Sorrindo da confusão do empresário.

- Está maluco! - disse John baixinho, afastando o microfone.

Ray apenas sorria e fazia palhaças com o tamborim, na frente de John.

DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO – PARTE 2

CONTINUA...

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS GRANDEMENTE!

Velucy
Enviado por Velucy em 29/07/2019
Reeditado em 06/08/2019
Código do texto: T6707047
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