'A VERDADE LIBERTA' - do livro Giulia - Quando a Luz se apaga

Não haveria festa ou vestido com longos véus cintilantes. Não haveria recepção ou festa de qualquer tipo. Sem limusines ou carros no estacionamento. Não haveria também a presença dos pais. Fora uma parte do pesadelo. Uma linda parte de um pesadelo. Somente uma linda parte de seu pesadelo. Seus pais não concordavam com o casamento, pois ainda alimentavam a esperança de que ela voltaria aos braços de Carlos.

- ELE VIAJOU PARA OUTRO PAÍS! QUAL A PARTE QUE VCS NÃO ENTENDERAM??? - As palavras saíram ásperas por entre os dentes quando os encarou com os olhos magoados. - Vcs não querem saber como Tristan está? - A voz era fraca e insegura e a mãos acariciavam a barriga cuja pele estava tão esticada que Giulia, por vezes, tivera a impressão de que se romperia com um simples roçar de suas unhas. Nestes momentos de apreensão, besuntava-se de óleos e mais óleos nacionais e importados trazidos por Fernando que satisfazia seus mais sórdidos desejos. - "Tô com vontade de comer tijolos". - Comentara, certa vez, Giulia distraidamente após devorar, com extremos de voracidade, quatro mangas 'Tommy'. Fernando então dera um pulo para trás, apoiando-se à cômoda para não cair. - O quê? - Perguntara ela, numa placidez, com os olhos indagadores e o rosto pincelado de amarelo "canário". - Cruzes! - Exclamara, indignada, ao vê-lo partir, rumo ao quarto, praguejando e resmungando, soltando fogo pelas ventas, lançando-lhe olhares, durante o percurso, com aquela expressão de assombro normalmente dirigida aos loucos em crise.

- Tris o quê???

- TRISTAN! É o nome do seu neto! - Ouvira a risada sarcástica do pai lá da cozinha. Este sequer se dignara a recebê-la na sala de estar, sentada na ponta do sofá, lembrança do amigo com quem vivera bons momentos e que agora, surgia, como um fantasma em sua vida, afastando-a dos pais. Porra nenhuma!, praguejara enquanto fitava a mãe, contrita, encolhida em sua cadeirinha de madeira no cantinho do cômodo, ao lado da estante. Parecia temê-la. Carlos fez muito por vcs, seus...seus... seus infelizes. A culpa não é dele se vcs se afastaram de mim. - Vcs nunca gostaram de mim! - Pensara alto demais. Agora, era tarde para recuar. Recuar que nada! Avançara em direção à mãe que, em segredo, enternecia-se com a figura arredondada da filha que agora "patinava" como um dia ela o fizera quando Giulia estava prestes a nascer. Aquele andar lento, arrastado, com os pés de palhaço, afastados e levemente inclinados para fora e a mão direita a apoiar-se na lombar como se aquilo realmente fosse algo eficaz contra a dor, a cada dia mais incômoda. - A senhora nunca gostou de mim! - Enfim, chegara até a mãe, arfante, cansada como jamais pensaria que um dia ficaria. Uma bailarina! Eu era ágil, leve, flutuante como uma borboleta! - Me diz, mãe. O que eu fiz pra senhora não gostar de mim? Olha o seu neto. - E a mãe se via imprensada entre a parede a barriga que a afrontava. - Toque nele. - Falara baixo para não acordar o pequenino, pois falava com ele e não com ela. - Ele dorme muito, mãe. Acho que não vai me dar trabalho à noite. - Iniciara um monólogo, olhos distantes e felizes, mãos distraídas a tocar nos toscos bibelôs espalhados pela estante. - Humm! Eu adoro este aqui, mãe. Não sei porque. - Tomara em sua mão uma medalhinha em prata com a imagem de um velhinho alto, esguio, túnica longa com um capuz na cabeça e uma barba comprida. Empunhava seu cajado, maior do que ele, com altivez e laivos de tristeza em seu semblante endurecido. Na verdade, Giulia o pressentia mais do que o via, pois, na medalha, havia apenas sua imagem em alto relevo, pura, seca.

- São Bento. - Eulália declarara, jubilosa. Erguera-se de pronto, tirando, suavemente, o terço das mãos de Giulia e, com um tom melancólico, pronunciara. - Tentaram envenená-lo no mosteiro onde ele vivia e era tido como um santo. - Eulália mantinha seus olhos baixos, fixos na imagem entalhado do ancião com cara de poucos amigos. - Mas, como era um bom homem, temente a Deus, abençoando a taça de vinho envenenada, como fazia com todos os alimentos que comia, ela, de repente, se quebrou diante de seus inimigos. - Giulia arquejara de espanto. Eulália abanara a cabeça como a assegurar-lhe de que a história era verídica e, quase poderia provar que estava na cena do crime, tendo a importância dada a uma testemunha ocular. Entusiasmada com a expressão de credulidade da filha, continuara. - E, depois de tudo, ele ainda foi capaz de pedir a Deus que perdoasse seus irmãos, partindo daquele lugar, seguindo em frente, com um homem de Deus. - E lá estava aquele olhar beatífico que causava náuseas em Giulia que ouvia sua mãe falar de perdão e nunca fora capaz de praticá-lo. Agora eu sou mãe. Não posso ter maus pensamentos. Sunshine não merece isso, sopesava mentalmente, enquanto acompanhava com os olhos atentos a mãe que evaporava-se da sala, deixando-a sozinha com a pesada presença de seu pai, logo ali, atrás dela, sentado à mesa. - Certamente, tomando seu drink preferido: vodka, vinho, cachaça e cerveja, todos proporcionalmente misturados. - Rira baixinho, sem se atrever a olhar para ele.

- Como é mesmo o nome dele? - Ai, aquele bafo etílico quase a fizera pôr para fora o almoço tão caprichado, feito com amor, por sua tia. - Triste?

- Tristan...- Respondera, de olhos cerrados, voltando-se para ele. Teria de abrir os olhos. Teria de abrir os olhos. Abra os olhos e o encare. Não quero. Abra! Fale com ele! Tente mais uma vez. - O senhor não gostou? - Percebera que tremia por inteiro ao abrir os olhos e enxergar, além dele, vultos escuros que o circundavam. - São Miguel à minha frente. São Miguel atrás de mim. São Miguel à minha direita. São Miguel à minha esquerda. São Miguel...

- É esquisito! - Fizera uma careta enquanto coçava a cabeça. - Vão chamar ele de Triste, Tristão. - Céus! A mesma coisa que o Nando falou! Crápulas! Estão todos contra mim. Te acalma. Tá surtando. Ele tá falando numa boa com vc. E os vultos atrás dele??? Pro diabo com os vultos! Fale com teu pai. Pro diabos vc que só faz me irritar! SOME! - O pai do teu filho aceitou? - Perguntara com uma fria e distante superioridade na maneira como falava. Erguera, num brinde, um dos muitos copos de requeijão, ainda com o rótulo, em plena decomposição. Ela o fitara de cima a baixo com desagrado nas feições contraídas. Trajava um calção velho, roto, com cadarços frouxos que mal cobriam o rego de seu traseiro, O torso com seus músculos flácidos e a pele rançosa, exposta ofensivamente. Por Deus, eu não mereço isso. - O playboyzinho aceitou esse nome? - Insistira. O sarcasmo e ironia juntavam-se ao hálito fétido vindo do interior daquela boca com os lábios retorcidos. Os olhos constantemente injetados, as maças do rosto intumescidas, os cabelos enroscados e brancos, as mãos trêmulas, o andar cambaleante.

- Meu marido tem nome! É Fernando! Fernando Tomazzini! - Lançava-lhe um olhar furioso e desafiador. - E ele não é rico! Trabalha muito! Tem dinheiro porque trabalha muito e sabe aplicar o dinheiro que ganha com o suor do trabalho dele! E nunca desperdiçou as chances que a vida lhe deu por medo ou preguiça como uns e outros que eu conheço! NUNCA! - Reconhecera que passara dos limites tocando na ferida aberta do pai. Foda-se. Já era! - É DINHEIRO DO TRABALHO DELE!

- DO PAI! ELE HERDOU DO PAI! FILHINHO DE PAPAI! - Aqueles olhos terríveis! Aqueles olhos terríveis! Não quero! Sai! Não toca no meu filho, seu verme. Calma. Não fala mais nada. Fica quieta. Vamos embora. Vc me atiçou! Agora quer que eu vá embora!. - Tá falando com quem, menina??? - Ele arqueara as sobrancelhas e por seus olhos perpassaram lampejos de rancor. - Com o demônio??? - Giulia dera um pulo para trás tremendamente ofendida pela risada diabólica despejada sobre ela e respingos de seu cuspe contaminado. De súbito, com as mãos protetoras, cobrira o filho, protegendo-o da energia maléfica que agora circulava, em movimentos sinuosos, seu corpo, como uma serpente marinha.

- POR QUE O SENHOR ME ODEIA??? POR QUÊ??? - Ele fora pego de surpresa e, nem por isso, deixara de inflar o peito e fitá-la com desprezo. - Diz...- Baixara o tom de voz e empinara o queixo, afrontando-o com um olhar sinistro. - A verdade. Agora ou nunca.

- PAREM OS DOIS! - A mãe surgira com a mão sobre o peito. Giulia, de relance percebera que ela escondia algo na mão com o punho cerrado. Uma tênue luz escapava-lhe por entre seus dedos. - Cala a sua boca, homem! Ela não pode se aborrecer.

- PRO DIABO! ELA QUE NÃO VIESSE NA MINHA CASA ME OFENDER! AGORA VAI OUVIR!

- Fala baixo por que eu não sou surda. - Ameaçara-o entre dentes. Sua voz rouca, baixa, sombria. Os olhos faiscantes. Ele sempre a temera desde criança. Uma criança cercada pelo sobrenatural. - E não se atreva a gritar na presença do meu filho. - Encostara o indicador no centro do peito de seu pai. O homem arquejara, engasgando-se com a própria raiva. - Fala porque eu não tenho tempo a perder.

- Filha! - Falara baixo a mãe num tom de aviso. - Tá na hora de vc ir, não é?

- NÃO! AGORA ELA VAI OUVIR!

- FALA BAIXO! - Giulia esmurraria aquele rosto disforme se não fosse a rápida e abençoada intervenção de sua mãe que se metera entre os dois. - FALA, PAI! FALA!

- EU TE ODEIO SIM!

- Jesus...- Lamentara Eulália, apoiando o corpo de Giulia que tremia como uma vara verde.

- Se não fosse por vc...- Hesitara por instantes. Parecia rever o passado. Chegara a sorrir. - Eu não teria me casado. - O sorriso apagara-se como um pavio molhado. - Não teria assumido um compromisso que me prendeu a essa vida miserável.

- Cala a boca, homem! - Eulália ordenara, entre lágrimas. Agora, era Giulia quem a apoiava. - Ela não precisa...

- Eu não teria assumido uma filha que não é minha. Filha de puta! Filha de puta que nunca foi minha! - Giulia jogava-se sobre o sofá que a engolira por inteiro. Pensara, entre lágrimas, como sairia dali se não houvesse alguém forte que a puxasse, num solavanco. Eulália, ali, ao seu lado, cobria o rosto tomado pela vergonha e pelo arrependimento. - Não sabia??? - Indagara com a voz sibilante, abrindo um sorriso maligno. - Sua mãe era uma prostituta e nunca me contou. Ela me enganou e me fez casar com ela, grávida de vc! De vc, filha de puta! - Gargalhara dramaticamente. - Uma verdadeira filha da puta! FILHA DA PUTA! - Giulia, imobilizada, apiedava-se pela triste história da mãe agora revelada, embora já a conhecesse. Via as sombras agigantarem-se por trás do homem-marionete que obedecia a cada ordem dada por elas. Inspira e expira. Inspira e expira. Fernando, tenta me ouvir. Tenta me ouvir, amor. Me tira daqui. - E TEM MAIS! SUA MÃE ME AGARROU COM A PORRA DE UM PACTO! - Giulia vira a mãe, num arroubo de fúria, alcançar, na velocidade da luz. Ela o segurara pela garganta com força que o pegara de surpresa. A voz dela era baixa e tão repleta de violência contida que ele piscara. Seus os olhos pareciam querer saltar das órbitas. Giulia abafara uma repentina vontade de rir. Rir de rolar no chão. Pensara estar diante da tela de um cinema, ao lado de Nando, assistindo a um filme de quinta categoria. Valia a pena cada centavo gasto com o ingresso somente por ver o pavor no rosto do pai e o copo que se espatifara no chão e, incrivelmente, não se quebrara. As sombras sobre o líquido espalhado no piso, as línguas asquerosas que lambiam o chão, as sombras que se misturavam entre si, disputando as gotas do álcool num frenesi demoníaco. Acho que vou enlouquecer. Não vai não! Aguenta firme! O que vai fazer? Me puxar deste sofá e me fazer levitar até a minha casa? Espera. Respira. Olha o bebê. - ELA PRECISA SABER! É PRO BEM DELA, DIABOS! - Gritara, logo que se desvencilhara da mão que o sufocava.

- Se vc der mais um pio, eu juro que te mato. - Murmurara Eulália, com os punhos cerrados. - Deixa ela em paz. - Dissera, num suspiro dolorido. - Em nome de Jesus, deixa ela em paz.

Giulia, inerte, mergulhada no sofá terrivelmente confortável que a envolvia como tentáculos de um polvo, vislumbrara mãos ressequidas, unhas longas e sujas de lodo que o envolviam, puxando-o, numa lentidão aterradora, de volta à mesa onde havia garrafas de bebidas alcoólicas abertas, cheias até o gargalo. Ele não se movia. Apenas obedecia ao comando dos 'Invisíveis'.

Lutara por se levantar sozinha, em vão. Gritara por sua mãe que, novamente, havia sumido. Lamentara não ter cedido ao pedido de sua tia para que não voltasse ao seu antigo lar, sozinha. - "Espere por Fernando", ouvira sua voz suave e sábia, enquanto ofegava, puxando o ar pela boca. Sentira uma forte contração. Não nasça agora, meu filho! Arqueara o corpo tomado pela dor. Desmaiaria naquele instante se não ouvisse a voz dele a iluminar as trevas que a cercava.

- Ela tá aqui! - Eulália o puxava pelo braço, aflita. - Eu te ajudo.

- O que veio fazer aqui, Giulia!? - Ele exclamara, furioso, enquanto apoiava um joelho sobre o sofá e, com muito mais esforço do que imaginava, erguia o corpo dela e do filho, retirando-os do sofá e, já de pé, firmando-os no chão, num solavanco, ajeitara Giulia entre seus braços. - Eu te pedi, porra! - Praguejava, procurando a saída daquele lugarzinho infernal. Eulália, chorando em silêncio, os secundava.

- Não...não...não briga comigo. - Ela, aos poucos, conseguira respirar, já no jardim, em direção ao portão. - Me perdoa...- Sussurrava, recostando a cabeça que latejava, no espaço acolhedor entre o ombro e o pescoço dele.

- Vc é muito burra...- Dissera-o, afagando seu rosto, a barriga, enquanto a acomodava no banco do carro. Fechara a porta. Dera a volta em torno do veículo e, impaciente, vira a mãe de sua mulher, curvando-se para falar com a filha, através da janela do carona. - Dona Eulália, eu agradeço pelo telefonema, mas a gente precisa sair daqui...logo! - Sua voz, ao volante, era firme com resquícios de fúria contida.

- Eu sei, meu filho. É rápido. - Tomara a mão fria da filha entre as suas, abrindo-a com carinho. Depositara na palma da mão de Giulia um Terço simples com contas em madeira envelhecida que ornavam com a cruz crua, sem o Cristo crucificado. - Pra que nenhum mal te toque, nem ao meu neto. - Giulia erguera os olhos angustiados. Lembrara-se do pesadelo onde sua mãe dissera-lhe a mesma frase, sem trocar uma vírgula sequer. - Foi benta pelo Papa! Leva! Agora vão embora daqui! - Ele dera partida no carro, pisando no acelerador que ronronava tão nervosamente quanto ele. Passara a primeira marcha, e a mão que se estendia para a mãe escorregava das mãos de Eulália como um espírito.

- Obrigada, mãe...- Falara baixo, vendo-a sumir através do retrovisor.

- Até nunca...- Fernando pensara alto, deixando uma nuvem de fumaça para trás.

***

- Amor, vc tá bem?

- Sim...- Respondera, pensativa, olhos fixos no teto do quarto, deitados na cama, abraçados, aconchegados um ao outro. - Nando...

- Oi...

- Ele não é meu pai...- Fernando soltara o ar pela boca. - "Que bom! Fantástico! Meu filho tá livre da herança genética daquele pulha!" - Socara a cama com os punhos cerrados. - Ela se virou para ele e dera um riso triste. - Vc tá certo.

- Vc me ouviu? - Ela assentira com a cabeça. - Desculpa. Não é minha culpa...

- Tá bom...

- Ela foi prostituta, Nando.

- Uau! - Exclamara, imobilizado. - Por essa eu não esperava.

- Pobrezinha...- Suas mãos entrelaçavam-se, enquanto a chuva caía fina, mansa, lá fora. As gotas sobre o telhado sempre a acalmavam. Pacto, pacto, pacto...que porra de pacto é esse? - Fernando! - Exclamara, ansiosa.

- Oi! - Replicara, impaciente.

- Quem é meu pai de verdade?

- O meu, ora bolas!

- Ah é! - Ela ria em guinchos. Ele ria de seus risos. - Então...

- Vai...fala!

- Somos irmãos de sangue! - Mordera os lábios, olhos salientes.

- Incestuosos...- Sussurros libidinosos no ouvido dela. - Pecadores...

- Idiota! Se afasta de mim!

- Giiuuuliaaa! - Dissera numa voz cavernosa.

- PARA! TÔ COM MEDO! - Ela ficara de costas para ele. Ele, num atrevimento, encostara-se em seu corpo, seu tórax nas costas dela, entrelaçando seu braço ao dela. - Fernando, tira esse negócio pontudo daí!

- Vc gosta...- Ronronara sedutoramente, apertando-a contra si. - Estamos perdidos, meu bem. Só nos resta pecar.

- Devasso. - Seus olhos brilharam na escuridão do quarto.

- Cachorra...

- Ainda me ama?

- Pra sempre.

- Pra sempre, sempre sempre?

- Sim!

- Não briga comigo. Faz mal pro bebê. - Fungara.

- Tadinho do bebê...

- Nem pense em fazer o que está pensando! - Dera risinhos eufóricos, sentindo um calor repentino. - Se bem que o médico disse que é saudável. - Divagava enquanto sentia a língua dele deslizar por seu pescoço. - Fernando!

- Faaala!

- Vc guardou minha medalhinha??? - Afligia-se sob as cobertas, sentindo-lhe o membro ereto entre suas pernas. - Responde!

- Guardei...- Gemera dentro do ouvido dela. Ela estremecera enquanto ele procurava pelos seios fartos. Encontrava-os, excitado, apalpando-os. - Agora cala a boquinha, cala.

- Eu não sou uma vaca leiteira pra ser ordenhada...- Informara num tom de ameaça. - É melhor tirar essa coisa pontuda...FERNANDO! Vista já a sua cueca! - Ele erguera o tronco e com aqueles olhos azuis plácidos e ao mesmo tempo insanos a fitara por instantes sob a luz da rua que invadia a janela aberta. - Por que tá me olhando assim?

- Que bom que eu escolhi passar pela sua rua quando eu ainda era criança.

- Fernando...- Dissera enternecida. - Que lindo!

- É sim. - Concordara ligeiramente. - Agora abre as perninhas.

- FERNANDO!

Morgana Milletto
Enviado por Morgana Milletto em 27/10/2019
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