PÉTALAS PARDAS / CAP 2

já eram nove e meia quando abri os olhos no quarto novo.

A claridade surgia pela sacada do quarto e braços pesados me impediam de levantar...

"Amor... Saí... tá pesado..." reclamo com Lúcio que finge dormir.

"não... aqui tá tão quentinho"

"resmungou ele me abraçando mais forte.

"vai ficar mais quentinho quando eu fazer xixi em nois dois..." respondi rindo

"vaza" gritou ele me empurando pro chão.

"eu nao disse serio seu otário." gritei quando em meio as cobertas cai de bunda no chão...

" mas eu não quero pagar pra ver..." respondeu tomando pra se todo espaço da cama

" beleza vou colocar meus shampoos no seu banheiro ..." chantaguiei

" vai lá agora é seu também..." respondeu despreocupado.

" minha cera também..." tentei dinovo, não funcionou...

" e minhas calcinhas precisam de espaço na sua gaveta..." falei abrindo varias portas do grande quarda-roupas chamando a atenção dele, do lado esquerdo havia uma gaveta enoeme cheia de discos de jogos de videogames, meus olhos brilharam.

" Essa é perfeita pros meus sutiãs..." disse vitoriosa.

" nananão. essa nao..." levantou por fim ele assim que eu coloquei as mãos na gaveta do tesouro.

" é a maior, ai cabe eté as minhas meias..."

"não do outro lado eu tirei varias coisas tem espaço pra você..."

" oquê ?" lògico que não cabe... olha só pra isso?" disse abrindo as duas ultimas portas...

" cabe tudinho dobradinho" argumentou ele com os olhos verdes cintilando como crianças ele sabia que eu tinha toda a razão.

" voce vai dobrar tudinho?" perguntei de modo infantil?

" dobro atarde" informou ele com pesar.

" tudo bem." disse feliz a caminho do banho.

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o clima dez vezes mais frio que a manha de ontem na capital me fez demorar a encontrar o que vestir nas malas empanturadas que trouxe... um sábado frio não é exatamente o que eu mais gosto mas pelo menos nao chove detesto chuva... Ao descer as escadas rumo a cozinha seentimos o cheiro de leite quente na cozinha uma pessoinha de cabelos realmente longos esta de costas pra gente lavando chicaras sem se preocupar em cumprimentar ou disser bom dia para a dupla que eu e Lúcio formamos...

" Olá Mary mary..." disse Lúcio autentico a senhora de sembrante indigena.

" Maria,Maria" respondeu ela veemente.

" Maria,Maria" repitiu mal humorada e com voz grave ela.

" amanheceu bem hein Mary mary... diga pelo menos oi pra Anne" disse ele segunrando o rosto dela nas mão e o virando pra me ver.

" eela me olhou e senti um pouco de vergonha pelo olhar critico. devia ter soltado meus cabelos mais nesse frio ele não funciona como o esperado.

" oi' falou ela simplismente.

" olha direito... ela não é linda?' perguntou lucio sorrindo pra Mary

" PERFEITA" disse uma voz grossa atras de mim que me sobresaltou, imediatamente me virei em direção ao som ...

cabelos negros e braços tatuados foram a primeira coisa que meus olhos captaram ao olhar aquela imagem confusa, ele tinha uma altura realmente digna de atenção e as roupas na maioria cinzas e pretas contrastavam os riscos na pele.

" Cara você ta acabado..." lucio falou atraindo a minha atenção.

"O lado esquerdo do seu rosto, estava totalmente machucado, a boca tinha um corte que estava enegrecido e seu olho esquerdo possívelmente estava detonado porque escorria lágrimas até o queixo.

" tenho um ovo na cabeça que é maior que os dois peitos da julien juntos..." respondeu jhonah com as sonbrancelhas franzidas atras do oculos de sol .

" pelo menos voce saiu da prisão." lucio disse sensato.

" é... a minha mãe deve essa casa aos santos por isso... Ouvi ela prometendo nas preces..." disse ele ao sentar junto a mesa .

" qual é o nome?" perguntou o jovem que trajava jaqueta de couro e tinha os cabelos bem penteados em um topete perfeito.

" Lucianne. já te disse isso. é Anne pros mais intimos" esplicou lucio ao pegar tres das chicaras que mary lavou a pouco.

" Aninha... senta ai. " me chamou jhonah puxando uma cadeira ao seu lado. lucio depositou as xicaras no centro da mesa e se sentou do outro lado por vir por ali , então me sentei na cadeira oferecida.

" conta ai . O que houve? " quis saber lucio.

jhonah balancou a cabeça resentido.

"Tudo culpa da Julien... Ela surge em todo o lugar que eu tô...."

" Mas isso é desde que você tinha dez anos, pq dessa vez você foi preso?"

"Endrick... Ele me detesta... Só ela que não entende isso... Estávamos voltando do vestival da música ... Como todo ano."

Eles estavam fazendo blitz... Eram umas onze e meia da noite e tudo parado... O Nathan ainda estava chapado... A Diana dormindo e a Julien com a cara mais fechada do mundo , parecia que tava voltando de um velório... "

"Por que?" Interrompeu Lúcio que recebeu um olhar de desaprovação.

"Não é óbvio? Eu não fiquei com ela... Eu não queria nem que ela tivesse lá com agente. Mas Nathan é fã da Diana, e a Diana é fã dela, unha e carne..."

" Toda vida elas são assim, acho que nunca vi elas separadas..." Comentou meu namorado.

" Então... O Endrick já me ama , imagina vê aquele filhote de cobra que ele chama de irmã brava comigo e um Beck já bolado no carro... Só não me matou por que lembrou que eu tenho mãe... Lançaram o bigode lá embaixo... Foi um estrago só. "

"Eles foram intolerantes isso não pode acontecer..." Disse estarrecida.

E acha que agora ele pode te prejudicar?... Conversei com ele ontem... Parecia tão solicito." Lúcio tinha uma cara de descrença que transparecia sua ingenuidade.

" E a sua amiga... Ela nao tentou intervir?" Perguntei a Jhonah que levava o pão a boca, tentou abrir mas o lado esquerdo do seu rosto estava bem machucado , tudo em um tom roxo e negro que parecia doer muito ... Além da orelha esquerda está parecida com uma pedra escura e sem forma, quando percebeu que não conseguiria comer lançou num súbito o pão longe... Eu vi Lúcio se abaixar rápido...

" Calma cara!" Gritou ele quando viu o pão quase acertar Mary que saiu correndo.

" Merda" gritou Jhonah batendo na mesa com força. Os nós da suas mãos também estavam bem machucados percebi quando ele as levou na cabeça nervoso." Ouvimos tectec de sapatos altos vindo em nossa direção... Foi mais que o necessário pra que ele se levantasse e escorresse pela porta do fundo antes de sua mãe aparecer deslumbrante em seu robe azul na cozinha.

" Que é isso? Tem pão pra todo lado... " Constatou brava a dona da casa...

"JHONAH" gritou Cassie quando ouviu o filho saltar a varanda de madeira

" Vou falar com ele" resmungou Lúcio antes de fazer o mesmo...

" Meus olhos ainda não tinham acreditado no painel que se pintará... Ele enlouqueceu em um segundo.

" MARY" gritou a mulher nervosa enquanto meus olhos vagavam pela cozinha suja .

"Ele revirou a mesa? " Perguntou Cassandra com os olhos fixos em mim .

" Na verdade ele bateu " disse com voz baixa .

"Assim" completei levando meus braços a mesa e de forma sutil repetindo o gesto dele. Ela estava enfurecida...

" Sai logo daqui" me disse enquanto levava as mãos na testa com ódio.

Meu raciocínio lógico desmentiu meus ouvidos por um segundo...

Sem crer meu corpo travou na cadeira enquanto procurava por mais ar...

Ela virava pela cozinha transbordando arrogância .

Mary de joelhos tentava reunir as migalhas de pão e não se cortar nos cacos de vidros do chão...Eu precisava sair dali logo. Ouvi Lúcio ligar o carro e gritar pelo pai, a coragem que minhas pernas não tinham voltaram com o medo de ficar só com a mulher naquela casa.

Correndo conseguir circular toda a varanda a ponto de ver Lúcio e Jhonah se empurrando com o carro ligado a vizinha de frente olhava pela janela a discussão dos dois...

Por trás de mim passou o pai de Lúcio que caminhava decidido pra perto da dupla o seguindo até a rua .

" Eu não vou..." Gritou Jhonah enquanto Lúcio o forçava a entrar no carro .

" Para de ser ignorante... É só um café da manhã..." Lúcio gritou forçando Jhonah pra dentro do carro mais uma vez...

" Irmãos como nunca... Estão até brigando ... " Riu o Sr.Robert de forma que eles pararam por um segundo para olha-lo.

"Estou só tentando ajudar..." Argumentou Lúcio que precionava o meio irmão pela gola da jaqueta de couro a entrar no carro. Jhonah se contrai e mais uma vez não entra..

"Pai ... Fala pra esse muleque me soltar ..." Pediu enquanto tentava se equilibrar já que o lado esquerdo do seu corpo estava bem debilitado.

" Se ele voltar lá pra dentro ela vai matar ele." Argumentou Lúcio claramente se referindo a Cassie.

"Bom... Se ela chegar aqui fora mata os dois ..." Falou Robert sabiamente.

" Me larga eu não sou um idiota!" Forçou Jhonah o corpo contra Lúcio.

"Larga ele"

Entrei na cena por preocupar com jhonah ele estava claramente em desvantagem.

"Larga ... " Insisti dando breves tapas nas mãos de Lúcio.

"Só quero que ele tome e um café comigo ." Bravejou Lúcio não querendo ceder...

" Você não disse isso" resmungou Jhonah amolecendo por fim o corpo.

" Você tá metade surdo muleque" resmungou Lúcio o soltando.

A risada do Pai de Lúcio é quase contagiante.

" Aí meninos... Vocês me fazem querer ser jovem dinovo. " Falou chegando perto .

" E minha mãe te faz querer morrer logo... " Falou Jhonah mal humorado olhando para a porta da frente , felizmente não tinha ninguém.

" Eu não vou voltar lá" falei ao próximo do ouvido de Lúcio o abraçando.

" Nem eu... " Respondeu ele com humor... Mas eu estava com um verdadeiro medo.

" Será que servem café lá nos Soto?" Perguntou Jhonah a Lúcio.

" Vamo ver... " Falou Lúcio enquanto me enduzia a entrar no banco do carona.

" Tem dinheiro aí " perguntei enquanto ele entrava no carro.

" Paiii" gritou Lúcio pra o Sr Robert que voltava pra dentro da casa .

" Minha carteira ... Lá em cima" gritou .

Jhonah sorri divertido colocando a cabeça entre nós... Entregando a carteira de Lúcio.

" Você tava me roubando?" Perguntou Lúcio incrédulo...

" A sua estava mais fácil de achar e na verdade eu só queria a chave do carro... Mas estavam tão juntinhas..." Continuou sorrindo.

" Não achei ..." Disse Robert se abaixando de encontro a minha janela ele havia corrido um pouco e estava cansado.

"Tá aqui, valeu." Agradeçeu Lúcio dando partida.

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O restaurante da família Soto era o ápice do bom gosto... Nem os grandes bistrôs da capital que eu conhecia chegava aos pés do lugar bem movimentado... Talvez pelas pessoas elegantes que eram clientes, como já eram quase onze e meia o cheiro de carne pairava no ar e as mesas vazias iam sendo ocupadas...

" Quero café" resmungou Jhonah ao se sentar . Enquanto a maioria dos outros clientes anciavam pelo almoço...

"E uma dipirona" emendou ele ao sentir dor...

" A comida é perfeita" Lúcio me disse com os olhos varrendo o salão .

" O Henry, por favor..." Perguntou o Lúcio a jovem garçonete de cabelos loiros e ondulados...

" E um café por favor... " Pediu Jhonah a bela menina.

" Não sabia que a Danielle trabalhava aqui..." Comentou Jhonah.

" Bem... Já tem uns meses... E parece que vai ficar por aqui um bom tempo..." Respondeu Lúcio simplesmente.

" Você sabe? A mãe dela parece que está nas últimas..." Disse Jhonah em um tom mais baixo.

" Eles são três né? As gêmeas e o mais velho?" Perguntou Lúcio despretensioso.

" Depois do acidente do pai deles ficamos sabendo que são três menininhas" mencionou Jhonah.

" O Benjamin é um cara legal" mencionou Lúcio enquanto puxava sua cadeira pra mais próximo de mim.

" É deve ter sido difícil esconder a homossexualidade esse tempo todo... Só disse pra família quando o pai morreu..." Continuou falando Jhonah enquanto vi caminhar um Rapaz alto e loiro em nossa direção.

" Henry" cumprimentou Lúcio.

" Oi cara"

"nossa.... não me leve a mal mas você não deveria está aqui ... Não tá nem se quer apresentável Jhonah procure um médico. " Falou o loiro ao por os olhos em Jhonah, como o dia era frio ele trajava um conjunto de moletom cinza e um belo cardigã vermelho e laranja.

"Eu sou um médico" argumentou o único que portava cabelos negros na mesa , além de mim que sou toda negra, pois a dupla Lúcio e Henry se passavam facilmente por irmãos.

" Você será médico se sobreviver mais dois períodos" retrucou Lúcio autêntico.

" E você Lucianne ? Será o que?" Perguntou Henry a mim e percebi que não tinhamos nem se quer sido apresentados .

" Veterinária... " Respondeu Lúcio por mim.

" Segundo período" eu disse por fim.

" Acho que nós veremos muito então..." Disse Henry sorrindo abertamente pra mim.

"Por que?" Quis saber...Mas minhas palavras se perderam com a garçonete que trazia um café completo para Jhonah e todos os rapazes da mesa que fixaram os olhos na moça, exceto Lúcio que por sorte olhava de meio sorriso pra Henry de modo estranho ... Garotos...

" Por que?" Insisti quando ela saiu .

" Porque meu Pai é veterinário fundador do campus aqui claro o responsável pelo curso ter se estabelecido aqui ... Ele se afastou da educação, mas era o heitor a um tempo atrás. Ele cede pra pesquisas e aulas práticas uma parte do Aras que fica mais próximo da universidade pra seu curso, provavelmente vão se conhecer, ele se aposentou mas não consegue não dar aulas e fica se infiltrando sempre..." Dissertou ele simpático.

" Que bacana " eu respondi maravilhada, ao falar do filho o pai em questão tem uma bela carreira.

" Veterinária?... Bem eu não te vejo auxiliando uma vaca Parir não." Disse Jhonah que molhava um biscoito no leite quente.

" Ela não conseguiria, tá no curso errado, sempre disse" falou meu namorado sabichão entregando o irmão um pratinho com pão esmigalhado que acabara de partir " agora sim " comemorou Jhonah o ato de bondade.

Henry indicou almoçarmos o prato do dia e fomos os primeiros a serem servidos por Danielle a conversa se estendeu por uma hora e meia aproximadamente e quando saímos do restaurante o dia estava realmente frio e o cardigã aberto de Lúcio era insuficiente para frear a baixa temperatura o que nos fez irmos voando pra casa.

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Eram exatamente três da tarde quando Lúcio parou de dobrar minhas blusinhas e ligou o computador, precisava falar com Thiago e Vicente, eu que estava ajeitando minhas botas e sapatilhas entre os sapatos dele fiquei curiosa pra saber o que falavam, era sempre assim, todos os dias as três da tarde, uma breve reunião em que estranhamente ele e Vicente perguntavam e Thiago era sempre o que mais falava, nunca vi Thiago , sei que trabalha na ilha em que a ONG vai pra missão de ativismo. Já tem um ano e meio praticamente que namoro com o Lúcio, no entanto nunca o vi, só em fotos.

O sinal nem sempre é bom e na maioria das vezes é só por ligação que conseguem conversar, com Vicente na capital, Lúcio aqui e Thiago na ilha hoje vão conversar por vídeo. Lúcio disse que depende do tempo na ilha, e que hoje a meteorologia diz ser favorável. Quase quarenta minutos depois eu já acabei de arrumar sozinha as roupas os sapatos e até guardei as malas quando enfim Lúcio comemora, Vicente e Belle estão em metade da tela, do outro lado Thiago, sem camisa de barba sem fazer e bem corado, seus cabelos castanhos já não recebe um corte a algum tempo. Me sento na beira da cama próximo a Lúcio no computador, não esperava que Thiago estivesse essa aparência, parece o Tom Hanks no meio do filme náufrago.

"Oi galera " fala ele que está sério demais.

" Bom Thiago, essa é a Anne. Minha... esposa por conveniência. Moramos juntos agora. Vocês deveriam se conhecer , então... " Explicou Lúcio.

"Claro, oi Anne." Disse o Thiago que era provavelmente o mais velho da turma.

"Oi Thiago, oi Belle e Vicente." Disse sorrindo, mas sem muito humor, queria mesmo é saber o que é de fato uma esposa por conveniência.

"Cadê a Ariana?" Quis saber o náufrago.

" Teve que ir com a Carol, o Porto não quis receber os suprimentos sem a documentação mesmo com a ajuda do pai da Carol e ela acha que vai conseguir em alguma cidade vizinha pelo menos armazenar de forma segura até essa batalha política de definirem a qual país a ilha pertence acabar na semana que vem. " Explicou Lúcio.Carol é minha prima, fomos criadas juntas, mas não como irmãs, a história é longa meu tio q é seu pai me adotou, logo que a irmã no caso minha mãe faleceu, a bastante tempo, Meu tio é um chefe do ministério do trasporte e alfândegas nacional, e sempre ajudou a facilitar o tráfego de suprimentos de todo tipo, como comidas, remédios e eletrônicos da ONG pra ilha mas agora a guerra acerca de qual pais ela pertence dificulta a passagem porque intensifica o policiamento dos dois países no local. Ariana fez logística,é muito boa, tanto que mesmo depois que traiu Lúcio continua como membro da ONG, mesmo depois dele namorar comigo, aliás, eu não sou um membro da ONG apesar de participar de ações locais, sobretudo com animais.

"Não vai dar pra ficar sem comida por mais uma semana " comentou Thiago.

" A carga está no porto talvez elas até consigam, se conseguirem passar pelo menos a comida amanhã você faz a retiragem logo de manhã." Explicou Lúcio ao encontrar a localização da carga online , não sabia que eram tão organizados.

"Pode ser que consigam passar alguns remédios também Thiago, você está com maior demanda do que?"

Perguntou Belle que tinha uma agenda como a do Lúcio nas mãos.

"Os sprays por favor, mais ataduras e se puderem coloquem mais corticosteróides pra mim, por favor . " Respondeu ele coçando o nariz claramente desconfortável.

"Cara cuidado com isso." Respondeu Vicente sendo ouvido pela primeira vez.

"Você tá bem né? Aplicou mesmo a última dose da vacina?" Perguntou Lúcio muito sério.

"Não tô ficando louco tá bom? Não vou ser um próximo Apollo. Vou sair daqui vivo, com a missão cumprida e tudo documentado. " Afirmou Thiago fazendo todos se encherem de foco, era assim sempre que se ouvia o nome de Apollo.

" meu pai não foi imprudente, foi infeliz. " Resmungou Vicente.

"Seu pai foi um gênio" disse Lúcio amenizando o clima.

"Anne pode ajudar refazendo a lista de medicamentos necessários pras espécies de acordo com o estado de saúde delas. Me enviar um levantamento mais certeiro da quantidade e das doenças Thiago, as cargas seguintes de repente podem ir mais enxutas. "

"Lúcio..." Disse Belle séria demais.

"Oi" a resposta dele foi mais seria ainda.

"A Ariana" disse ela com receio.

"Ela tem que entender.... Ela vai ajudar, otimizar as cargas é imprescindível agora que estão fechando tudo. Fora que reduz os gastos, precisamos poupar, a viagem já tá bem aí,com todos esses entraves vamos ter um custo bem maior que levantamos, e temos uma estudante de veterinária bem aqui pra nós ajudar,e também é perfeitamente compreensível que ela entre logo pro clã, estamos na maioria do tempo tentando salvar animais , precisamos dos conhecimentos dela. " Lúcio parecia estar suplicando.

" Acho justo" falou Thiago.

"Nós também" falou Belle por Vicente.

"Mas a Ariana pode não entender..."

"Ela vai entender... Ela não se importa a um bom tempo, só não faz questão de dizer, por que se dizer pode remeter que algum dia ela se importou e ela não admitiria isso nunca, eu a conheço." Dissertou Lúcio com veemência. E eu parecia nem estar presente na conversa,mas eu não tinha nem o que dizer de qualquer forma.

"Vai ficar tudo numa boa. " Vicente disse enquanto Lúcio anotava algo na agenda.

"Certinho pessoal, Thiago amanhã cedinho pode ir pro desembarque da carga, não vai ser tudo o que listamos mas receba o que for e não se preocupe a Ariana e a Carol foram justamente para manter tudo seguro e sem grandes avarias . " Falou Lúcio recebendo um ok de Thiago.

"O foco é o justo!" Bradou Vicente já sorrindo.

" O foco é o justo!" Responderam todos.

"Você tem que aprender" disse Lúcio pra mim sorrindo dando tchau pra todos.

"Tchau Thiago foi bom te conhecer ." Eu disse por fim pouco antes deles se desconectarem.

"O foco é o justo, é um grito de guerra, bonito né? " Perguntei só por perguntar.

"Sim.... Foi estipulado por Apollo." Respondeu Lúcio alegremente se levantando , passou rápido as mãos nos meus cabelos me fazendo um carinho e seguiu abrindo a porta do quarto saíndo.

" LOUCURAAAAAAA" foi o grito que invadiu o quarto no mesmo instante.

Jhonah estava sentado nos últimos degraus da escadaria central rodiado de maços de cigarros. Uma garota idêntica a Danielle do Soto mas com outro estilo e Julien estavam deitadas sobre o tapete do chão da sala, dividindo uma garrafa de sei lá o quê. E Nathan ainda gritava de pé sobre o sofá segurando a estátua replica de David, mas bem menor e aparentemente mais leve, como se fosse uma guitarra.

"É o melhor show que já vi. As meninas mostravam os peitos." Vibrou o garoto arrancando gritos .

" Eu vi a Vanessa beijando o Rick , vocês acreditam nisso?" Gargalhou a mocinha ao passar a fofoca.

" Eu notei o idiota do Patrick dinovo com a Kelly." Disse jhonah dessa vez.

"CORRRRR-NOOOOOO!" Gritou Julien estérica enquanto todos rolavam de rir.

"O que tem demais? Até o Nathan foi corno esse ano." Comentou Jhonah em claro tom de deboche, Nathan mostrou o dedo do meio pulou no chão e se sentou no sofá ainda rindo.

" Se o Batman entrar por aquela porta Anne agente vai levar uma surra e andar de Batmóvel só por tá no qg dos vilões." Falou Lúcio atraindo a atenção pra gente no topo da escada.

"Se o Batman chegar a Diana tira a roupa, agora se a senhora Cassie chegar ela finge de morta." informou a Julien risonha , hoje ela estava bem melhor que ontem, num conjunto de short e jaqueta branquinho mas com esse frio todo short era um claro exagero.

" Oi Lúcio" disse a tal Diana dando um tchauzinho pra ele.

Não gostei.

" Oi Diana, como vai o Ben?" Perguntou ele ao acabarmos de passar por jhonah e sentarmos ao lado de Nathan.

" Vai roubando os esmaltes dela. " Sussurrou Jhonah numa tentativa frustrada de uma piada.

" Quem faz isso é a Danni, agora ela se arruma tanto... E ganhou vários conjuntos Victoria Secrets. Vocês tem ideia do porque disso? " Falou a jovem de olhos verdes cabelos loiros diferentes do da Julien, por estarem em loiro natural, mas era bem liso, diferente também dos da irmã, que vi no restaurante ontem, a Diana por exemplo tinha duas presilhas coloridas na frente, bem adolescente, ficou legal nela.

" Sua irmã está se prostituindo... Você agora é a gêmea do bem, porque é piranha mas não por dinheiro." Falou Julien com um humor contagiante.

" Ela tá trabalhando no Soto agora." Justificou Diana um pouco mais séria.

" Aram... Uma guerreira...vive fazendo horas extras pra ganhar mais." Expeliu Nathan fazendo todos eles irem a pequenas risadinhas. Percebi Lúcio negar com a cabeça o teor da conversa meio incrédulo.Eu achei o máximo o humor negro que imperava.

" Será que ela aceitaria uns cinquentinha pra fortalecer pra eu relaxar, numa atuação mais sozinha mesmo, enquanto eu recupero meu bom condicionamento físico?" Quis saber Jhonah apontando os machucados fazendo graça.

" Pra que pagar cara? Aí o clone que vai da de graça." Acusou Nathan apontando pra Diana.

" Eí.Eu não daria pro Jhonah." Repreendeu ela séria.

" Já deu. Falsa." Expeliu contrariada Julien.

" Haaaa... No primeiro período. Nem sabia dá, por favor..." Se defendeu a menina, minhas mãos foram segurar o queixo pra ele não rolar no chão na mesma hora.

" Se vocês usarem o termo DAR mais uma vez a Aninha ali, desmaia." Disse Jhonah me colocando no centro das atenções.

" Por isso que vou tirar ela daqui." Falou Lúcio se levantando fazendo a turma rir.

" Ei Anne, seja bem vinda, não fica com uma imagem ruim de mim não. Beijo muito por que sou muito requisitada, fazer o que? Mas qualquer dia agente se junta pra ir ao shopping né July? Aí agente fala só de coisa de menininhas ok?" Propôs Diana sendo simpatica.

" Sim, em breve faremos isso." Respondi sorrindo.

Lúcio abriu a porta mas se virou pra agradecer.

" Obrigado Diana, vou precisar que acompanhem ela nos primeiros dias."

" Por nada Lucinho." Disse ela com a voz mil vezes mais doce que comigo. Ela é mais atirada que os foguetes soviéticos na guerra fria.

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Eram quase madrugada, Lúcio havia acabado de sair do computador e acrescentava papéis na pasta que levaria demanha pra ONG.

Tínhamos passeado por lojas, livrarias e até alguns pontos turísticos da cidade. Voltamos pouco antes do jantar, ele se curvou enfrente ao computador e só saiu por que o obriguei a tomar banho e depois jantar comigo. Já que Mary havia feito uma sopinha de batatas pra Jhonah e também trouxe pra gente. O que eu achei fofo da parte dela,pois não precisei ver mais uma vez a Cassandra.

" Elas conseguiram passar a carga? " Perguntei ao ver o fim do seu desespero.

"Passaram. Voltam amanhã pra capital, vão deixar tudo ancorado no portinho, quando vacilarem , eles atravessam o restante."

"Entendi."

"Você tá dentro mesmo? Vai ajudar? "

Perguntou ele calçando um tênis.

"Vou, claro. Você vai onde? " Perguntei porque estava bem tarde e ele se agasalhava.

" Esqueci de abastecer a moto do Jhonah. Pedi ele pra te levar no carro pra faculdade amanhã com o meu carro enquanto ele tá sem e vou pra capital em uma das motos dele, provavelmente tem pouco combustível pra viajem..." Explicou ele quando vestiu um moletom cinza, então era isso que eles conversavam aqui no quarto quando fui tomar banho, fiquei congelando nua no banheiro uns minutos quando percebi pelo perfume e a voz que Jhonah estava no quarto.

Me levantei e enrolei no lençol pra não mostrar meu pijama.

" Ele abriu a porta e franziu a sombrancelha estranhando minha atitude mas não disse nada.

"Cara pode falar comigo..." Sussurrou Lúcio batendo na porta de Jhonah a única adesivada com o estudo do River plate.

Ele abriu.

" Entra..." Falou ele abrindo bem a porta, estava sem camisa e seus braços tatuados estavam com nódulos bem roxos, um resmungo sonolento chamou nossa atenção em meio a penumbra, era Julien.

"Pode dormir. " Falou Jhonah tentando não dispertar ela.

"Ok..." Resmungou a menina se virando pra aconchegar no travesseiro, usava apenas camisa e calcinha, ambas brancas, deixando as nádegas totalmente expostas, por instinto e ciúmes olhei pra Lúcio, que baixou a cabeça e deu um passo pra trás saindo da porta não podendo mais vê-la. Eu, que além de enrolada até a cabeça no lençol estava escondendo minhas formas tão sensuais como os sapos estrategicamente atrás de Lúcio tropecei na barra do lencol e cai.

Doeu o calcanhar e o bumbum.

Lúcio se apressou em me levantar

"Tudo bem?" Perguntou ele me dando um beijo na testa. Não respondi, a vergonha era imensa se isso não tivesse sido causada por uma bunda feminina seminua ele estaria rindo de mim, Jhonah me olhava como se eu fosse o próprio Dr. Estranho.

"A chave e o capacete... Acho melhor já abastecer ." Lúcio informou.

" Vai na branca, é mais confortável e a outra tá rodando pouco. " Falou o de cabelos negros andando pelo quarto, só então vi que ele estudava antes, estava na mesa com um notebook exibindo um esquema do pulmão, ao lado do mouse um óculos de grau e um cinzeiro com vários cigarros acabados, muito contraditório afinal.

Ele retornou a porta entregando um capacete branco e um chaveiro. Lúcio agradeceu.

" Pode dormir, não demoro." Avisou a mim e desceu as escadas ágil, escutei o abrir e fechar da porta principal , com todo o barulho que fez senti medo de que Cassie acordasse e veisse ver o que acontecia na casa e me pegasse como um fantasma no corredor, ao retorno do silêncio absoluto descartei a possibilidade e relaxei, então percebi Jhonah me olhando encostado no marco da porta. Mais uns segundos e ele não disse nada.

"É... Boa noite." Eu disse por fim.

" Boa noite Lucy..." Disse ele charmoso. Só a Carol e os meus tios me chamam assim.

" Boa noite." Repeti confusa, antes de sair me certifiquei que não pisaria no lençol pra encontrar o chão de bunda outra vez, no momento que resolvi segurar o lençol mais embaixo e levanta-lo o constrangimento absoluto me sobreveio.

O lençol escorreu do ombro direito levando a alça do pijama e deixando saltar meu seio, a pressão caiu, nem senti as pernas , ainda bem porque se não gritaria de nervoso e entraria num escândalo, meus olhos praticamente saltavam do rosto quando consegui cobrir um pouco minha vergonha.

" Desculpa." Resmunguei sei lá porque.

"Sem problemas." Respondeu ele se divertindo com meu desconforto.

Ele simplesmente não se importava. Parecia se perguntar porque raios eu estava tão nervosa. Me estressei e virei pra sair logo mas ele me segurou pelos ombros.

"Vai cair dinovo sonsa." Reclamou o garoto.

"Oque?" Perguntei incrédula. Ele estranhamente não ignorou minha ira, abaixou a cabeça e suspirou.

"Porque vocês garotas se importam tanto?...Tipo, é bonitinho, e normal, é normalmente bonito..." resmungou me observando franzir as sombrancelhas.

"Qual é?... Você também está vendo meus mamilos..."

Quando ele disse percebi um piercing no mamilo direito, então ele sorriu, e simplesmente puxou as alças do pijama e cobriu me com o lençol de forma que meus braços ficaram trancados.

" Eu só tenho que abrir a porta pra você agora tá bom? " Falou indo a porta do quarto de Lúcio e a escancarando .

"Pronto, durma bem. " Ele disse voltando ao seu quarto.

"Jhonah.Obrigado" agradeci antes que ele entrasse, ele acenou brevemente com a cabeça, é um garoto legal afinal.