LEO IV - ULTIMATO - CAPÍTULO 11

CAPÍTULO 11 – ULTIMATO

Já mais calmo num barzinho longe dali, Leo não conseguia tirar a imagem do filho da cabeça. Arrependido de tê-lo levado àquele encontro, Tiago aconselhou:

- Esquece a Gilda, Leo. Esquece ela, esquece o Bruno, esquece o Haroldo... Você tem vinte e dois anos cara. Vai acabar perdendo sua juventude por causa deles e não vai ganhar nada com isso. Eles já são uma família! O Bruno chama o Haroldo de pai!

Leo olhou para ele lívido e disse:

- Se você abrir a boca pra falar disso mais uma vez, eu te quebro o nariz! Não me faz sentir raiva de você também, Tiago. Você não ia gostar nada! Cala a boca!

Tiago resolveu calar-se, mas balançou a cabeça, não concordando com a obstinação do amigo.

Dona Júlia ficou tão assustada depois do encontro com Leo que não conseguiu deixar de contar a Gilda sobre o acontecido. Ela ficou bem apreensiva e pensou em não contar ao marido, mas não achou justo esconder dele algo tão sério. Leo poderia insistir outras vezes e, se Haroldo viesse a saber por outra boca, que já havia acontecido, poderia de desentender com ela.

Quando ele chegou à tardinha, ela armou-se de coragem e contou. Ele não gostou da notícia, mas não zangou-se.

- Não sabia que ele já tinha chegado de viagem... mas tinha ideia de que ele fizesse isso, Gilda. Como eu te falei há um tempo atrás, ou a gente sai da cidade, ou eu me separo de você e aí você decide o que fazer da sua vida com o Leo e seu filho.

- Nosso filho, Haroldo! O Bruno é nosso filho e eu não tenho nada com o Leo! Não tenho culpa se ele viu o menino! Você não pode falar assim comigo depois de dois anos de casamento!

- Que casamento? Eu estou cansado de ser o cara que casou com você só pra dar nome ao seu filho. Eu te amo... mas não sou casado com você de verdade! A gente vive nessa casa como dois irmãos, Gilda! Você nem faz sexo comigo porque ainda tem o Leo na sua cabeça e no seu coração!

Gilda calou-se. Não soube o que dizer.

- Eu estou ficando cansado disso. Vou acabar virando piada em Serra Negra se alguém pelo menos perceber isso. Pior, se o Leo perceber isso! Ele vai se sentir vencedor. Ele disse que isso ia acontecer! Isso não é normal! Eu te respeito e aceito isso, mas...

- Eu não amo mais o Leo... Eu te amo, Haroldo...

- Então peça a ele pra se afastar de vez! Explique a ele de uma vez por todas que eu sou seu marido e que você não o quer mais por perto, que você não o ama mais... e seja minha mulher de verdade!

Gilda sentou-se na cama e Haroldo não gostou do seu silêncio.

- Se é que você não o ama mais mesmo...

Ela permaneceu quieta. Haroldo foi ajoelhar-se junto dela e segurou suas mãos.

- Eu sou seu marido, o Bruno tem o meu nome e eu o amo como se fosse meu... amo por ser seu...e apesar de tudo... amo por ser do meu melhor amigo nessa vida. Mas eu não suporto mais viver com a sombra do Leo pairando sobre a minha cabeça... cada vez que eu me deitou com você na cama.

Gilda olhou para suas mãos entre as dele, constrangida.

- Eu não posso lutar contra ele, Gilda... então você vai ter que fazer isso. Ou você o desilude e o afasta da gente de uma vez por todas... ou eu me separo de você e vou viver a minha vida longe de você e do Bruno...

Gilda olhou para ele, mas ainda não conseguiu dizer nada. Levantou-se e foi para a cozinha terminar o jantar.

Jantaram em silêncio naquele dia e só se ouvia a vozinha de Bruno, enquanto Gilda lhe dava sua sopa.

Mais tarde, depois de colocar o filho para dormir, ela foi para o quarto ainda com o coração apertado pela conversa tida com o marido. Haroldo já estava deitado. Ela tirou o penhoar e deitou-se também ao lado dele. Ele olhou para ela.

- Me perdoa meu tom de voz, hoje mais cedo. Não quis te magoar.

- Você tem razão. Não precisa se desculpar. O problema está em mim. O Leo já fez muita bobagem por minha causa, Haroldo, mas hoje não foi. Eu tenho certeza. Desde que saiu do hospital, nós não nos vimos mais. Ele sumiu, você sabe! Apareceu agora e quis ver o filho, estava com saudades, isso é até natural. Imagine o que deve ter sido difícil pra ele ficar longe do Bruno por dois anos. Ele só o viu quando nasceu e... tenho certeza que não teve intenção de magoar ninguém, pelo que minha mãe falou. Nem queria que ela me contasse...

- Pode até ser. Eu posso até entender isso, Gilda. Porque também gosto muito do Leo, apesar de tudo que ele fez, mas... ele ainda é imprevisível. Não acredito que ele tenha amadurecido tanto assim. E se, num acesso novo de raiva, ele resolve levar o menino? Ele é capaz de qualquer loucura com a desculpa de que tem direitos, você sabe disso. Ele ainda me odeia!

- Não acredito nisso...

- Eu sei que ele não vai me perdoar nunca, não tem como. Não sei se eu perdoaria, se estivesse no lugar dele, mas já aconteceu e nós não podemos voltar no tempo. Já temos dois anos de casados e eu não quero desistir de você.

- Não precisa... Eu te garanto.

Ele sorriu e aproximou o rosto do dela, beijando-a.

- Então me dá um filho...

Ela ficou surpresa olhando para o rosto dele e hesitou na resposta.

- Um filho...?

- É... Quem sabe assim o Leo cai em si e nos deixa em paz.

- É muito cedo ainda, Haroldo.

- Cedo? Nós temos quase três anos de casados... Quando é que não vai ser mais cedo?

- Quando o Leo aceitar que perdeu e quando eu... não me sentir mais culpada pelo que está acontecendo com ele.

- Mas você não é culpada, Gilda.

- Você mesmo disse que eu tenho que pedir pra ele se afastar... Eu vou fazer isso e, se ele me atender... a gente pode pensar em ter filhos...

Haroldo afastou-se dela e virou-se para o outro lado, impaciente.

LEO IV – CAPÍTULO 11

“ULTIMATO”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

CONTINUE NOS PROTEGENDO

COM SEU ESCUDO DE MISERICÓRDIA!

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 09/07/2020
Código do texto: T7000444
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