LEONEL IV - VISITA - CAP. 9

CAPÍTULO IX – VISITA

À noite, deitado na cama de Cristina, com a cabeça no colo dela, Leonel explicou tudo o que havia acontecido e pediu conselhos.

- O Floyd te respeita muito, Leo. Acho que isso que ele sente por você só vem provar isso. Se esse gostar dele fosse algo degradante, imoral, ele já teria tentado alguma coisa com você, não é?

- Nunca... Ele nunca me faltou com o respeito, Cris.

- Nunca mesmo?

- Claro que não! Senão eu teria me afastado dele muito antes.

- Mas você sabia que ele te amava de um jeito diferente...

- Nunca vi isso como... desrespeito. Pra mim, ele me amava como irmão, como eu amo o Leandro. Quando isso saiu da boca do próprio Leandro pareceu tão... diferente, imoral... sujo... Na minha cabeça, ele só sentia esse tipo de coisa pelo Gil. Ele era ligado dessa forma no Gil.

- E você nunca se escandalizou com isso?

- Não... Estava... tão distante de mim. A impressão que eu tenho é que depois que aconteceu comigo... o tipo de... ato que eles praticam, eu me senti sujo.

- O que você pensa na verdade agora sobre isso? Te ofende saber que o Floyd te ama assim?

- Não consigo nem me imaginar fazendo aquilo com ele...

Leonel fechou os olhos e apertou a mão da tia. Cristina beijou sua testa e tentou tirá-lo daquela sensação.

- Não sei se consigo olhar outra vez pra ele, sem pensar que ele está olhando de outra forma pra mim e não como amigo, parceiro de banda...

- Mas será que não é assim que ele te olha? Como amigo e parceiro de banda? Não vejo outro comportamento no Floyd.

- Não sei...

- Você nem deu tempo a ele de se explicar, não foi?

- Não...

- Quer fazer isso?

- Sei lá... Agora já não sei se ele quer falar comigo.

- Vou dar um jeitinho nisso... ela disse com um trejeito gracioso.

Leonel sentou-se na cama, animado.

- O que você vai fazer, tia?

- Não vou dizer agora. Se não der certo, faz de conta que eu não fiz nada. Vá pro seu quarto. Vamos dormir.

Na manhã seguinte, a campainha tocou no apartamento de Caio e ele foi atender. Sorriu quando viu Cristina em pé na porta.

- Bom dia, dona Cristina! Como vai?

- Bom dia! Vou bem e você? Você é o Caio?

- Eu mesmo. Entre.

Ela entrou e perguntou:

- De onde você me conhece?

- De foto e de fama. A senhora é tia do Leonel, não é? Ele fala muito da senhora.

- Ah, ela fez, sorrindo. – Mas não precisa me chamar de senhora. Só Cris já está bem.

- Ok... Cris, ele disse com um sorriso e começou a tirar coisas do sofá para abrir espaço para que ela sentasse. – Desculpa a bagunça. Senta...

- Eu soube pelo Leonel que o... Floyd está morando aqui com você. Ele está?

- O Floyd? Está sim. Está tomando banho. Não demora. A senhora quer falar com ele?

Leonel apareceu na porta e Caio caiu das nuvens.

- Sou eu que quero, Caio. Posso entrar?

- Leonel?

- Oi... Quanto tempo...

- O Floyd chegou da rua ontem bem zangado com você.

- Eu sei, mas o que eu tenho pra falar com ele vai ser breve.

- Não sei...

Cristina adiantou-se.

- Eu sei que o Leonel e ele vão se entender, Caio. Por favor...

O rapaz concordou e Leonel entrou e sentou-se. Cristina ficou em pé.

- A senhora não quer se sentar, dona Cristina?

Cristina foi para a porta.

- Não... Eu não vou sentar. Queria te convidar pra tomar um refrigerante aí embaixo, aceita?

- Um refrigerante? Comigo?

- É, vamos? Vamos deixar os dois conversarem a sós. Eles têm muito que falar.

Caio olhou para Leonel e entendeu as intenções de Cristina, mas ficou receoso do que Floyd pudesse pensar. Ele tinha chegado no dia anterior muito decepcionado com o amigo. Dizia não querer vê-lo mais em sua frente.

- Tem certeza que eu não vou entrar numa fria com o Floyd?

- Absoluta, disse Leonel. - Vai. Eu garanto que a minha tia tem um papo sensacional.

Caio pegou a jaqueta sobre o sofá e saiu com Cristina.

Leonel resolveu esperar por Floyd ali mesmo na sala, já que Caio tinha dito que ele estava no banho. Depois de cinco minutos, Floyd apareceu na sala, vestindo calças jeans, sem camisa, descalço e enxugando os cabelos. Parou ao ver Leonel e olhou em volta, procurando por Caio.

- Cadê o Caio?

- Ele saiu um pouquinho com a Cris. Preciso falar com você.

- Mas eu não quero falar com você.

- Eu preciso me explicar sobre ontem. Você não entendeu...

- Eu não estou te pedindo nada e nem quero explicações, Leonel. Sua posição pra mim ficou muito clara e de certa forma eu já estava preparado pra ela. Por que você acha que eu escondi isso de você todos esses anos? Você não tem obrigação nenhuma de...

- Não quero perder sua amizade...

LEONEL (REENCARNAÇÃO) IV – CAPÍTULO 9

“VISITA”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

POR SUA PIEDADE, ENSINA-ME A SER PIEDOSO...

POR SEU AMOR, ENSINA-ME A AMAR SEM RESERVAS...

E PELAS BÊNÇÃOS!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/08/2020
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T7028500
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