Amigo... em Tempos de Covid

Em um dia difícil, com febre proveniente de uma renitente gripe, Richardt Kornell decidiu voltar para casa mais cedo, antes do anoitecer. Cabeça pesada, necessitava descansar. Ao abrir a porta da sala, deparou-se com a esposa envolvida em uma toalha, com um ar assustado. Não deu tempo de qualquer diálogo e ouviu-se um barulho estranho na chaminé da lareira e a queda de fuligem. O que está acontecendo, perguntou. Nervosa, a esposa disse, creio seja Papai Noel. Papai Noel! Prontamente dirigiu-se à lareira para olhar dentro do chaminé. Com um sorriso, misto de surpresa e alegria, diz a esposa, é Papai Noel. Ela surpresíssima nem respirava. Não vi a barba branca, muita fuligem, mas vi o saco. Na sequência, deu um beijo carinhoso na companheira, explicou o motivo de retornar mais cedo ao lar, por estar com dores e febre e, ato contínuo, dirigiu-se a um banho quente para relaxar. No banho, entre as resenhas e os pensamentos do que ocorrera no dia, pensou, mas não estamos no período de Natal. Saindo do banheiro da suíte, encontrou a esposa, já vestida, trocando fronhas e lençol. É para ficar perfumada a cama e você descansar aliviado. Nisso, novo estranho barulho na sala. Ambos assustados, Richardt lembrou dos pensamentos ao chuveiro e disse a esposa, estranho, não estamos em período natalino. Prontamente ela expôs sua versão para a situação. Sabe amor, esse tempo de Covid tem sido estranho. Veja só, o carnaval foi em abril! Tudo fora de época! Talvez seja o coelho da Páscoa! Richardt vai a sala curioso, olha novamente dentro do chaminé, bastante desconfiado e, novamente, num misto de perplexo e feliz, diz, é o coelho! Não vi as orelhas, mas pude observar a cenoura. A esposa chegou a fraquejar, bambeando as pernas, mas teve forças para dizer, viu, tempos estranhos! Richardt, preocupado com a situação, diz a esposa, entalaram! Quem!?... Papai Noel e o Coelho da Páscoa! Entalaram em nosso chaminé. Vou ligar para meu amigo Richardon da Guarnição, para que venham intervir e ajudá-los a soltarem-se. Nisso escutam, espantados, uma voz vindo da chaminé, dizendo, não carece, não precisa! Apenas puxe minhas pernas, que consigo soltar-me... amigo.

fabio fernandes
Enviado por fabio fernandes em 11/05/2022
Reeditado em 11/05/2022
Código do texto: T7513681
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