A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE (REVELA AÇÕES) — XXVI —

A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE

(REVELA AÇÕES) — XXVI —

NÃO É FÁCIL compreender a complexidade da realidade do mundo. O mundo brasileiro não é uma exceção. A cultura nacional está inserida no espaço globalizado da influência supremacista. Os supremacistas brancos foram abortados da crença na falsa ideia da superioridade natural do homem branco, protestante (ou católico) rico e de olho azul. São empanturrados de ideias racistas e se creem um grupo privilegiado, descendente da raça de deuses nórdicos.

MÃEZONA SE orgulhava de ser deles, germânicos, descendente. Carregava um sobrenome de origem alemã. Ela realmente tinha o poder de enganar como se estivesse a afirmar verdades. Eu, filho primeiro, primogênito, estava numa sinuca de bico. Ela havia parido dez filhos que sobreviveram às gestações dos que foram abortados. Mãezona tinha realmente o poder decorrente da gestação. Ficar grávida para ela era uma oportunidade de fuga. Ela fugia da realidade e entrava no mundo mitológico da criatura com autoridade soberana, imperiosa que estava criando um mundo dela no nicho ou ninho familiar.

ELA JÁ HAVIA subjugado o marido a seus propósitos: ter um lugar para engravidar, parir, alimentar-se e fazer suas necessidades básicas. Era tudo que ela precisava para exercer um reinado familial. Ao escravizar o cônjuge com trabalho escravo das necessidades de alimentar, fornecer vestimentas, escola e sobrevivência para crianças que se tornariam adolescentes exigentes de seus direitos à educação, ela fornecia lenha para queimar seu universo subjetivo.

A CASA EM QUE habitávamos numa das esquinas de uma quadra do conjunto habitacional do Iapc, no bairro Ilhotas, ficava de frente para o portão de entrada da residência de um migrante refugiado do regime nazista, conhecido por doutor França. Casado ou amigado com uma enfermeira de campo de concentração da Alemanha nazista. A residência dele ocupava um grande quadrado que correspondia à área de dezesseis casas do mencionado conjunto.

NÃO POUCAS vezes surpreendi Mãezona a conversar, sempre furtivamente, com a doutora Rosen, no pequeno jardim de nossa casa. Quando elas pressentiam minha presença, logo a dita doutora, que era na realidade enfermeira, se ausentava em direção ao portão de entrada de sua residência. Mãezona mostrava-se irritada, porque minha presença havia cortado o papo entre elas. Uma conversação que ela por demais prezava.

A FAMÍLIA França/Rosen tinha um grande poder aquisitivo. Fundaram um amplo hospital/maternidade de nome “Casa Mater.” no bairro Piçarra. Os poderosos do mundo sempre se entendem. Há uma vultosa conveniência de interesses financiados pelo Estado em coligações com a iniciativa privada. Dessas associações nazifascistas se criam representantes em todos os poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário.

NO PIAUÍ O quarto poder, a Imprensa, está totalmente submissa a essas poderosas oligarquias do dinheiro falso, que fez fortunas particulares, ou de ativos financeiros lavados no tráfico de drogas. com tentáculos que são também internacionais.

A CAPITAL do Estado, assim como o Estado todo, teme tornar conhecidas essas associações de ricaços do tráfico de drogas e da poderosa conexão entre “famiglias” europeias que se estabeleceram no nordeste brasileiro e exercem comando, comunicação e controle da sociedade em conluio com as polícias e as FFAA. Não há nesse Estado liberdade de expressão. Jornalistas que tentam denunciar os conchavos entre os poderes vigentes, são simplesmente eliminados.

OS RESPONSÁVEIS pela educação e a cultura local, mantêm em rédea curta os que ainda permanecem na tentativa de estabelecerem alguma forma de crítica à necessitada cultura local. A sociedade vive o compromisso de estar sob a comunicação, comando e controle dos poderes armados de ameaças àqueles que ousem atuar fora dos limites estabelecidos pela cruel dominação social que estabelece as fronteiras da intolerância à qualquer mínima manifestação da quase inexistente inteligência local.

EU AINDA HOJE me pergunto por que Mãezona, quando entrava no portão da casa da família França/Rosen se ocupava em dissimular sua saída em direção à mansão da doutora Rosen para conversar com ela no amplo jardim da residência. Era como se estivessem a tratar de coisas que deveriam permanecer acobertadas.

MÃEZONA, EM momentos raros de verdade, se permitia dizer que a doutora havia sido enfermeira em determinado campo de concentração nazi durante a IIª Grande Guerra. E afirmava que o marido dela havia enriquecido na produção de dinheiro falso, com a conivência das autoridades locais dos três poderes que são quatro: incluindo-se a imprensa marrom local. Uma imprensa que apenas simula ser livre.

É POSSÍVEL que ela haja mencionado o compositor alemão Wagner, autor de obras musicais de excelência incontestável — (A Cavalgada das Valquírias, Tristão e Isolda, O Anel do Nibelungo, Parsifal, Crepúsculo dos Deuses, Abertura Fausto, entre outras) — por ele ser alemão ela o tinha como referência principal no seu discurso ante literário que fazia a mim quando lhe mostrava meus manuscritos literários animados pela influência das histórias em quadrinhos (HQs).

ELA QUERIA asseverar-se de que eu não teria, no futuro, como desenvolver alguma habilidade literária que pudesse constranger a memória dela, seu gosto pela dominação familiar a partir da crença de que ela pertencia à descendência de uma raça supremacista, os descendentes de Odin, alemães, aos quais ela, orgulhosa, supostamente pertencia:

A IDEOLOGIA da supremacia branca, da suposta superioridade natural do homem branco. Ideologia que alimenta ideias racistas contra os mais diversos grupos étnicos que hoje são sistematicamente combativos contra negros, homossexuais, indígenas. Grupos que depredam a Amazônia, os recursos naturais do planeta, tipo a governança do supremacista Bozo na presidência desastrada dos recursos naturais no Brasil.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 03/06/2022
Código do texto: T7529776
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.