GUERNICA, AGAIN

GUERNICA, AGAIN

A LUTA ENTRE espécies está, em parte, substituída pela oposição e a hostilidade na guerra-fria interminável entre gerações. Cada geração que se sucede a outra atua em competências diversas, de acordo com a cultura em vigência. A hierarquia entre seus membros declinou em rigidez, mas a oposição que seus membros provocam entre si, essa não tem fim. O salto de qualificações promovido pela tecnologia, faz grande diferença e aumentou sobremaneira as diferenças e divergências entre elas, gerações.

GUERNICA MOSTROU angústia, desespero, pesar, agonia, aflição, pânico e o pasmo do povo espanhol após ser bombardeado, quando da vigência da guerra civil espanhola. Arte e política se encontraram no Pavilhão Espanhol na Exposição Internacional de Paris em 1937. O massacre de Guernica se pode ver nas veias abertas da América Latina: pobreza, crueldade, terror político, horror econômico. A obra do artista continua atual.

O COLORIDO inexiste na pintura de 7,7 metros de comprimento por 3,4 de altura. A realidade monocromática é a realidade provocada pela covardia das armas nazifascistas em apoio à ditadura de Franco. O punho levantado, símbolo universal da resistência contra a opressão, foi substituído pelo triângulo de luz no centro. 1700 pessoas morreram na cidade que havia abrigado tropas contra o ditador espanhol. A geometria cubista expõe as trágicas consequências: um militar morto ao lado da mulher com perna ferida a sangrar. Outra mulher surta a chorar a morte do filho bebê. Outra, queima em chamas.

OS SÍMBOLOS da cultura espanhola queimavam, assim como neste século XXI, um ditador no Brasil fazia de tudo para queimar os símbolos da nacionalidade, instrumentalizando-os em sua campanha para a reeleição que não houve: bandeira nacional, comemorações do bicentenário da República. As atrocidades do nazifascismo foram revividas nos bastidores no desgoverno do presidente Bozo, em sua suja governança. O apetite do projeto de ditador não colou, apesar de ele unir as forças da instrumentalização das instituições PGR, PF, ministérios, presidência da Câmara.

A PEQUENA chama de esperança, representada na vela acesa no centro da pintura, simbolizava a crença em dias melhores. No Brasil, na Guernica nacional, traduzia a esperança de que o presidente Bozo Mussolini não seria reeleito. O grito de desespero dos animais queimados na floresta Amazônica, a própria floresta, nunca dantes tão carbonizada, pareciam, suas árvores, querer desprender-se de suas raízes e ir depositar votos nas urnas que o fanatismo miliciano do Bozo e seus ministros militares, queriam atribuir supostas irregularidades.

AS FEIÇÕES disformes das mulheres habitantes nas tendas de rua, carregam o sofrimento e a dor materna de saber seus filhos ao relento, buscando alimentos nos lixões em frente a restaurantes e padarias. Enquanto o Bozo negava as vacinas nos braços desamparados das milhares de pessoas que morriam nos hospitais, empanturradas dca medicação indicada pelo capitão Cloroquina e o seu ministro militar nazista, que reproduzia o lema da Wehrmacht de Hitler: “nossa honra é obedecer”:

— “Um manda, o outro obedece”.

OS POBRES, os indígenas, os quilombolas, os sem-teto, os sem emprego, os que morriam por falta de oxigênio nos hospitais, urravam de aflição, enquanto os milicianos do ruralismo do presidente Bozo incendiavam a Amazônia para o plantio ou o pasto de seus animais de rebanho. Que fazia o presidente Bozo Mussolini??? Fazia gracinhas frente às câmeras de Tv visão, imitando a agonia dos que não podiam respirar e morriam perturbados pela falta de respiradores nos hospitais na Amazônia.

O MINISTRO da saúde do Bozo, o general (“um manda, o outro obedece”), soube do brusco crescimento da demanda por aspiradores no Amazonas quase um mês antes do colapso na rede hospitalar do estado. Mas o general de coleira do presidente era também um negacionista da Covid-19, que recrudesce, nesse momento, novembro de 2022, em quantidade de vítimas nos hospitais.

O GOVERNO federal sob comando, comunicação e controle do nazifascista Bozo Mussolini, provocava as instituições, os ministros do STF, ameaçando a Constituição e fazendo pouco da Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal, contra as evidências de que ele, Bozo e seus asseclas, ignoravam os sucessivos alertas no sentido de que deviam enfrentar o problema, e não fazer de conta que ele inexistia. Os insumos hospitalares básicos não chegavam aos hospitais. Pessoas morriam sem aceso a oxigênio.

ENQUANTO A Guernica nacional acontecia, os filhinhos do Bozo Mussolini presidente, superlotavam as redes sociais de propaganda política pró-reeleição da plataforma populista do nacionalismo brega de seu papai presidente Cloroquina. Devem estar lamentando, ainda hoje, que seu “Papa Doc” (“o Haiti é aqui”) não ter sido reeleito.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 29/10/2022
Reeditado em 18/11/2022
Código do texto: T7638175
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