ELLA - A SACERDOTISA - CAPÍTULO 39

Capítulo 39 - ENTRE A FÚRIA E O DESPLANTE

O EMISSÁRIO

O genitor de Ella então entregou a epístola para o emissário, que a pegou, e seguidamente, questionou quando ele desejaria que ela fosse transportada.

-E para quando?-Segurava a missiva.

-Gostaria que fosse para agora!-Respondeu, indo a porta.

-Tudo bem!-Coçou o nariz.-Já sairei para ir levá-la. Não se preoculpe.-Sorriu.

-Quanto mais rápido…melhor!-Finalizou a conversa e retirou-se.

NADA DE EXPLICAÇÃO

Williams foi atrás de Ella na fortificação, mas se deparou-se com Isla.

-Olha só!-Riu cinicamente.-Como está padre?-Cruzou seus braços.

-Bem, Isla!-Estava ansioso.

-Procurando a Ella?-Inquiriu num tom debochado.

-Sim, eu estou!-Suspirou fundo.-Viu ela passar?-Estava agitado.

-Posso lhe fazer uma pergunta, padre? Se não se incomoda?-Fora inconveniente.

-Pode ser num outro momento?-Queria fugir de Isla.

-A quanto tempo está trepando com a sacerdotisa?-Foi absurdamente atrevida.

-Quê?-Exprimiu assustado.

-É que eu…-Teve sua fala interrompida.

-Não quero ser tão grosseiro, mas preciso passar!-Cortou-a imediatamente.

Nisso, Isla ergueu os braços na altura do peito, e abriu caminho para o clérigo, que encaminhou-se até o cômodo de moça, adivinhando que estaria por lá.

-Ella!-Chamou-a, batendo devagar na portada.

Ouvindo-o, Ella grita:

-Sai daqui, Williams! Não quero te ver nunca mais!.-Disse, enquanto separava uma peça de traje para a viagem.

Permanecendo do lado de fora, ele insistiu.

-Só quando me deixares clarificar sobre o meu parecer!-Exclamou.

-Não é não!-Enfatizou.-Vá exercer a sua maldita função, e venha a deixar-me em paz!-Vociferou.

Vendo que não tinha mais solução, ele para de esmurrar, e entristecido, se vai. Minutos após, não escutando a voz de Williams, Ella abriu a abertura de seu quarto, e sorrateiramente, Isla surge.

-Eu sabia que o padre não se permitiria abandonar quem é, para se enroscar com contigo!-Enunciou, ironicamente, ao estar parada, à frente da amiga, a qual traiu.

-És uma louca e cínica!-Disse abrindo a palma da mão, pronta para dar mais um outro tapa.

Isla deu uma gargalhada, mostrando-se do que realmente é capaz de ser e de fazer. Todos os anos, as duas eram como “unha e carne”, contudo, houve em algum momento do percurso, o desvirtuamento.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 13/10/2023
Reeditado em 13/10/2023
Código do texto: T7907624
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