A IGREJA (PREFIGURADA NO ANTIGO TESTAMENTO, FUNDADA POR CRISTO, UMA SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLIA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO)

A IGREJA (PREFIGURADA NO ANTIGO TESTAMENTO, FUNDADA POR CRISTO, UMA SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLIA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO)

A Igreja venera as Sagradas Escrituras onde nelas está prefigurada. Da mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo vem o alimento necessário à vida de todos nós, seus filhos. Toda economia do Antigo Testamento está ordenada para preparar a vinda de Cristo e de sua Igreja. Na sua aparição aos onze apóstolos Cristo afirma: “Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos (Lc 24,44)”. As Escrituras testemunham a encarnação do Filho de Deus (Jo 5,39) para a salvação dos homens, objeto das investigações e meditações dos profetas (1Pe 1,10).

Entre os hebreus, igreja significava a assembléia dos filhos de Israel, depositária da Aliança com Deus. Tratava-se, entretanto, de uma instituição humana a serviço do culto divino. A contestação (Meribá), a murmuração, o descontentamento dessa antiga assembléia buscava tão somente a satisfação das necessidades materiais, seja pela água brotando do rochedo, seja pelo maná caído do céu na caminhada pelo deserto (Nm 20,1).

A Nova e Eterna Aliança designa como Igreja a assembléia formada pelos seguidores do Caminho em Jerusalém, pelas comunidades paulinas, enfim pelas reuniões de todos os cristãos em todos os tempos e lugares. A nova instituição não é mais humana, mas divina, pois foi fundada pelo próprio Deus encarnado, Jesus Cristo.

“Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19)”.O final do Evangelho de Mateus assinala o início da Igreja fundada por Cristo. Com o Pentecostes Pedro converte os primeiros seguidores propondo-lhes o arrependimento e batizando-os conforme ordenado por Cristo (At 2,38).

A união da Igreja transformava a multidão de fiéis num só coração e numa só alma, onde tudo era dividido conforme o grau de necessidade, segundo a economia divina para que todos tivessem vida em abundância (AT 4,32).

Desde sua origem, a Igreja é santa por sua doutrina e por seus frutos. Santa é a Igreja e santos são os nela batizados, quando Cristo os consagra para uma função sagrada de profetas, sacerdotes e reis, preservando-os do maligno, mesmo que ainda vivendo no mundo profano, neste vale de lágrimas (Jo 17,17).

A universalidade da Igreja leva a salvação não só aos filhos de Israel, mas a todo que se deixa batizar pelo Espírito Santo e guardar o Evangelho do Reino de Deus (Mt 24,14). O Pentecostes expande a salvação a todas as nações (At 2,5).

A fé professada por Pedro, já no primeiro anúncio da paixão: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”, uma fé revelada pelo próprio Deus, confere-lhe e aos seus sucessores o apostolado, o ministério, a missão de divulgar a boa nova de Jesus Cristo. Essa sucessão contínua garante à Igreja sua natureza apostólica (Mt 16, 15s).

Cristo é, portanto, a cabeça invisível da Igreja e Pedro a sua cabeça visível. Cristo, a cabeça, se completa com a união com a sua Igreja que é o seu corpo (Ef 1,22). Obediente à cabeça, os membros do corpo, que somos nós, contribuímos, conforme nossas atividades pastorais, para sua plena edificação na caridade, isto é, no amor.