Viver é Cristo

O verdadeiro cristão é aquele que não olha apenas para si, mas se compadece com o sofrimento do outro. É aquele que não se compraz com a violência, com o desamor, a falta de respeito pelo próximo. Sente em suas próprias entranhas o sofrimento de cristo no irmão, e desta forma, quando olha para frente e não consegue ver horizonte se coloca diante de Deus e pede constantemente que Ele venha e possa então restaurar a humanidade.

Jesus também fala que quando virmos tantas coisas acontecendo é para que não nos assustássemos que ainda não era o fim, apenas o inicio dele. Frase esta que se partirmos das primícias que o sofrimento leva as pessoas ansiarem pela vinda de Jesus, o sofrimento coletivo também serve para que os cristãos anseiem e clamam veemente para que Jesus volte logo.

Pois bem, quando vemos o mundo como está, a falta de amor, a violência, a falta de humanidade certamente ficamos ansiosos para que a gloria de Deus se revele o quanto antes, para que realmente possamos transpassar por este estado de coisas.

Na carta aos Romanos (8, 18-23) Paulo diz que o sofrimento do tempo presente não tem proporção com a gloria que deve ser revelada em nós, pois a criação espera com impaciência a revelação dos filhos de Deus. Estas palavras de Paulo se completam no texto iniciado nesta reflexão.

É proibido viver. É proibido ser feliz. Você pode negar, rejeitar, se ofender, mas a verdade é que muitos de nós temos pregado assim o cristianismo, como uma “segunda dimensão da realidade”. Temos pregado a verdade como um mundo fantasioso, uma espécie de matrix.

Beber, comer, vestir, andar, falar, respirar, tudo isso “fora do mundo”. Mas, se estou nesse mundo real, como viver fora dele? Se esse tal mundo, ao qual pertenço em carne, é aquele no qual conheci ao próprio Senhor, como negá-lo? Como desvalorizá-lo? Como desprezá-lo? Se tão grande salvação veio em carne, habitou entre nós, como lançar maldições contra as sombras dos passos de Cristo?

A confusa “realidade” de ser cristão pode afastar-nos da própria realidade, levando-nos a um mundo de ilusões. Não existe uma barreira real, ou mesmo imaginária, não existem placas pelas estradas da vida dizendo “aqui passa a linha do mundo espiritual” ou então “aqui começa o mundo carnal”. Tal coisa não existe.

Como então, em toda a dificuldade de diferenciar os limites, podemos viver sem proibir a vida? Como ser feliz sem preocupar-se com contradições? Como ser cristão sem perder o próprio ser? Como não negligenciar a vida que Cristo nos deu, por sacrifícios que Ele jamais exigiu e até mesmo já pagou por nós?

Existe na Palavra o canto da Sabedoria, esse canto ecoa desde os tempos de Salomão até nós. Ele fala de sua existência antes do próprio tempo e de sua participação na arquitetura do próprio tempo. Ele fala do seu valor e de seus aliados. Fala do seu andar junto à justiça e a felicidade.

E no meio desse canto, escrito em Provérbios, vemos um texto interessante, que diz:

Porque o que me acha acha a vida e alcança favor do Senhor. Pv 8.35

Mas, se dizemos a todo momento que é proibido viver, como colocar esse texto na Bíblia? Será que esse texto está errado? Será que Salomão errou? Será que a veracidade da Bíblia é colocada em risco? Ou será que temos simplesmente pregado de forma errado durante todas as nossas vidas?

Alguns argumentarão com o versículo:

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Mt 16.24-25

Mas, na verdade, esse versículo não fala sobre a perda da vida, mas sim de encontrar a verdadeira vida. Esse versículo fala que se deixarmos nosso egocentrismo, se deixarmos a nossa forma medíocre de ser e procurarmos ser aquilo que Deus deseja que sejamos, ou seja, o reflexo de Cristo, sua imagem e sua semelhança, que encontraremos a vida!

E é isso que o provérbio nos ensina. Ele nos ensina que se encontrarmos a sabedoria, a sabedoria divina, que se inicia com o temor ao Senhor, que encontraremos a vida e encontraremos o favor do Senhor.

Irmão, sinto em dizer que se durante toda a sua vida você pensou, ao rejeitar sua vida, que estava obedecendo ao Senhor, você estava errado. Jesus não queria que você desprezasse o dom da vida que Ele te deu, mas sim que vivesse da forma que Ele planejou para você.

Porque, segundo a Bíblia, isso que você vive não é vida. Se não há justiça, não há paz, não há amor, não há altruísmo, não há sinceridade, não há honestidade, também não há vida. E essa vida, com todos esses ítens, você só encontrará no Senhor.

Por isso, pare de pensar que você deve parar de viver e comece a viver sua vida. Não essa vida de mentiras, enganos, ilusões, não essa vida falsa e medíocre, mas a vida que o Senhor nos apresenta, a vida de paz, amor, salvação, justiça, fidelidade, honra e dignidade. Viva a verdadeira vida, com o Senhor Jesus.

Profetizando e agindo através de obras motivadas pela fé, tendo o mesmo sentimento e certeza de Paulo, te digo: “Não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim.”

Que Deus o abençoe!

Izan Lucena Lucena
Enviado por Izan Lucena Lucena em 17/02/2010
Código do texto: T2091517
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