UM MINUTO COM DEUS

oh Deus onde estás que de tão longe

teu olhar não me vês?

Como o poeta triste lanço ao céus também meu grito

no anseio de que me ouves o pranto

a correr o infinito em busca de mim !

Não existe nada mais triste que morrer

antes do fim !

A esperança passa

a felicidade passa

o sorriso passa

tudo passa sem que vejamos

a vida que passa despercebida

enquanto nos apegamos as lembranças

que aos poucos também se apagam...

tornando a máteria em simples pó

que o vento leva!

A luta parece vã

quando se perde a capacidade de sonhar;

de que vale olhar o jardim que lá fora cultivo

se não me alegro com o colorido das flores...

neste instante vejo da sacada

que alguém diante dele... pára... olhar... admira!

agacha e leva uma muda de esperança

acendendo em mim um breve suspiro de fé!

...

Elevo outra vez os olhos aos céus...

o jardim... minha casa, minha vida!!!

por vezes me acho nas horas infindas

a lidar com aquele jardim...

vendo o sorriso inocente de minha filha

meu filho meu neto,

minha esposa, minha amiga...

Pedaços de mim que não se despredem

me prendem como raizes que sustentam o tronco

a arvore que perde a capacidade do fruto...

Enquanto isso os dias passam deixando tritezas

prá o outro dia que ainda nem começou

já nem sei se prefiro o riso ou o pranto

se não há quem perceba no meu olhar

a minha dor!

Oh Deus, tira-me da areia movediça que me traga

e traga-me de volta a vida!!!

Vivo um faz de conta de rotinas sem razão

onde as emoções são mortas

os sonhos são mortos

e eu pareço ter morrido antes do fim.

Eu quero um colo onde chorar minhas mágoas

Eu quero encontrar fazão que justifique

sonhar

sorrir

gozar a vida como antes fui

sem antecipar meu fim.

Só Deus sabe a razão de meu pranto

onde estás oh Deus, em que mundo

em que céus !

... e no silêncio vazio ecoou de dentro de mim

uma voz a dizer assim:

- Olhe num cantinho onde você não me procurou

Estou aqui, no teu coração, a ti escutar.

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A vida me reservou provações sem fim, amo tanto minha filhinha, (especial 27a) e além da luta e dedicação diária para com ela, ainda trago no cálice da vida o gosto amargo do excesso glecemico, que tolhe a vida.