NESTE MOMENTO


                          Peço perdão... sim peço perdão por tudo que possa voluntária ou involuntariamente ter provocado de dor ou contrição em qualquer pessoa... peço perdão por tanta coisa, apesar de sempre me arrepender pra novamente voltar a errar. Será este o nosso caminho de humanos, o mais incompreensível e extremo? Magoamos, ferimos, batemos e no entanto não somos essencialmente maus. E hoje eu choro por isso e por tudo que ainda virá. Choro por mim, por ti, por esta vida incompreensível da qual tão pouco entendemos. Choro pelas mortes, pelas vidas erradas e peço perdão. Pelos vivos, pelos mortos, pelos abandonados. Choro por meus filhos que estão no mundo por minha responsabilidade e por quem muitas vezes nada posso fazer a não ser amar. Pela minha incapacidade em conviver e demonstrar amor por tanta gente. "E a mão não alcança além deste gesto"....assim, choro pelo meu medo de me entregar à vida, pela minha porta fechada ao sol da tarde, por ver o dia tão lindo e estar meio morta por dentro tantas vezes sem motivo aparente. Pelo que disse, pelo que não disse, por minha palavra dura que te feriu, quando a alma chorava ainda assim mas eu restava inflexível. Planta de talo enrijecido, planta cuja seiva alimenta esta vida sem propósito, mas que não desiste, como criança que ainda espera por um olhar. Crianças que persistimos na espontaneidade mas também nos abandonos antigos. Choro pela palavra não dita, pelo abraço travado no peito, pela mão que não tocou, pelo corpo que não te acolheu quando tanto precisavas. Por ter calado quando a minha menor palavra te teria feito tão sereno. Por não ter dito que só queria a tua presença, que nada mais tinha importância. Por ter cedido ao orgulho e ao egoísmo estéreis tantas vezes. Choro por tantas coisas e espero. Que esta súplica sem reservas e nenhuma arrogância vazia faça sentido e de alguma forma traga algum alento a quem quer que seja que como eu ainda deseja acordar de alma lavada para ver o sol nascer num dia melhor.  Assim seja!

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 09/03/2011
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