PRECE A TERRA QUE ACOLHE

Oh minha mãe por que agonizas tanto?

Se és uma Mãe que acolhe,

Que cuida

E que protege.

Por que sofres?

Se és bela, esquia e altaneira?

Por que sangras se dispõe de todo o alimento que precisas?

E responde a Mãe terra imensamente sofrida.

Triste,

Frágil,

Cambaleante,

Muito doente e quase sem vida:

Sofro porque me maltratam;

Agonizo porque me ferem;

E sangro porque transpassaram meu coração

Com a lança do desmatamento,

Das queimadas,

Da devastação,

Do lixo que se amontoa e polui,

Da cortina de fumaça que me cobre tapando meus poros

Dos rios que dão lugar a barragens faraônicas,

Do Pantanal que vira deserto,

Da mata atlântica que deixou de existir,

Das espécies vegetais e animais que desapareceram,

Das geleiras que se dissolvem,

Da ignorância da espécie humana...

Essas são as causas de minha dor, do meu sofrimento!

Oh minha mãe, perdoa por tanta insanidade,

Por tanta ignorância e violência.

Ajoelho-me e reconheço também a minha culpa.

Por isso minha amável mãe,

Dai-me o discernimento

Para que eu possa te respeitar,

Acolher-te e te amar profundamente.

Que eu aprenda que sou pó, tirado do vosso ventre.

Que sem ti nada posso,

Nada sou e nada serei.

Que só pelo seu leite eu posso me alimentar

Fortalecer-me e continuar vivendo.

Oh minha mãe desculpa,

Pois sei do tamanho do seu amor

E da dimensão do seu acolhimento.

Assim seja.

Mauriza Cabral
Enviado por Mauriza Cabral em 21/03/2011
Código do texto: T2860979
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