Reza de Mãe

Não sei onde eles estão agora. Saudade da época em que vestiam pijama e me pediam para contar história.
Naquele tempo eu não tinha medo da noite: ela era o cobertor que me abrigava junto aos meus filhos; as sombras eram apenas os lençóis dos anjos.

A trava na porta me separava do perigo e guardava meus filhos de todo mal. Hoje, as camas vazias me assustam. Denunciam o passar das horas, a corrida do tempo, a revoada dos pássaros, os meus pássaros.

Não posso mais abriga-los debaixo de minhas asas. Elas se tornaram pequenas demais para aninhar meus meninos e seus sonhos, frágeis demais para defendê-los, débeis demais para contê-los.

Resta-me a prece, minha arma contra os medos, minha companheira nos dias de nuvens escuras, nas noites insones, madrugadas intermináveis.
 
Que Deus abençoe minhas crianças de barba na cara e calçado quarenta e dois, que as ilumine em seu caminhar, ampare-as em suas decisões e, se preciso, acione Seu exército de anjos, Seu séquito de estrelas sempre que for preciso para defendê-los de tudo aquilo que não vejo e não tenho como evitar.

Obrigada Meu Pai e Minha Mãe, por cuidar de meus filhos. Amém!
 



 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 30/09/2013
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