Pai Santo!

Pai Santo...

Hoje meu pranto,

derramo pra ti...

Carrego no peito,

sonhos desfeitos,

gemidos de dor...

Minhas lágrimas retidas,

num choro calado,

sem gritos nem ais.

Meu Pai...

Escuta esse som,

de alma sofrida,

na dor dividida,

entre o bem e o mal...

Pai Santo...

enxuga essas lágrimas...

alivia essa dor.

Me mostre seu rosto,

bem perto de mim...

Aquece meu corpo,

que antes da morte,

gelado ficou...

Se pequei me perdoe,

nem mesmo eu sei,

de tudo na vida,

onde foi que errei...

Mas Pai...

me escute,

me leve daqui.

Escuto outros gritos!...

que chamam por ti,

eu só não entendo,

o porque do abandono.

Será que não ouve,esses gritos?

essa dor?

esse povo doente?

morrendo de amor?

Acode o seu povo!

os levante da morte...

restitui-lhes a sorte,

de sair daqui.

1978...