Rangem os Dentes

Pai Eterno! Tem piedade dos aflitos!

O monturo é grande e a sujeira impera,

Em meio à dor, o joio fere o trigo,

Mesmo com o Amor, o justo se desespera!

Rangem os dentes, irmãos matam irmãos,

É de fumaça e fogo a penumbra do nevoeiro!

Com tantos dementes, os sãos negam-se sãos,

E buscam socorro na ilusão do dinheiro...

Meu Deus! Volto meus olhos à Sua Glória!

Livra-nos, Pai, da sanha da escória,

Da malta insana que se compraz ao monturo,

Que teme a Luz e se embrenha no escuro...

Suplico, Deus meu, pelo Amor que liberta,

Pelo Verso Perfeito em linhas incertas,

Pela Poesia que alivia e só traz alegria:

Meu Senhor, meu Jesus, que à Luz me conduz!

Marco Aurélio Leite da Silva
Enviado por Marco Aurélio Leite da Silva em 05/11/2007
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