Pobre diabo

Pai deste pobre mortal que sou tenha piedade

Cercado por abutres tão humanos que me enojam, tira- me ó pai do marasmo dessa condição tão miserável que me sufoca e me mata lentamente.

Ó pai cega meus olhos se não for pra ver o bem e desejar só que a vida alheia valha a pena sem egoísmo insano e desmedido.

Nesse corpo carcomido e velho, carcaça onde minha alma se encontra, tira de mim os cânceres e me traga a brisa da pureza que nunca tive

Sacode o mundo com tua força e tempestade e me dá o susto de saber através dessa experiência a minha mais cruel e vil mortalidade.

Esmaga meu egoísmo e me castiga com tua ira, proclamando a minha desgraça e me trazendo o merecimento da dor.

Pobre diabo maldito!

É isso o que sou!

Me corta com tua navalha e faz sangrar com toda a força toda a mediocridade que possuo, mas me refazer melhor!

Depois de tudo isso pai, joga meus restos às feras das trevas pra que não sobre nada desse ser tão odioso!

Um poeta e só
Enviado por Um poeta e só em 17/03/2022
Reeditado em 17/03/2022
Código do texto: T7474751
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