RESSURREIÇÃO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.

RESSURREIÇÃO - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros

Todos os dias alguém vem e te assassina...

Tu não te importas, pois és tão superior,

Que basta apenas uma fé bem pequenina,

Que ressuscitas e dás vida ao nosso amor.

Morres na mão que se estende e ninguém nota,

Morres no dedo que comprime algum gatilho,

Morres no pai cuja opção é sempre a rota

De abandonar à solidão, o próprio filho.

Morres naquele que renega quem o ama,

Morres na trama que acusa um inocente,

No miserável que faz de um jornal a cama,

No preconceito que despreza um indigente.

Tu observas cada tolo transgressor

Que se desvia do caminho que ensinaste,

Mas que se volta, quando sente alguma dor,

Como uma flor, que com amor, tu semeaste.

E logo estendes tuas mãos iluminadas

A cada um que necessita de carinho

Ou que se perde na penumbra das calçadas,

Por se sentir amargurado e tão sozinho.

Estás tão próximo de cada um de nós

E és tão humano, generoso e complacente,

Que mesmo quando não ouvimos tua voz,

Cuidas de nós com teu amor onisciente.

Todos os dias, quem te ama te resgata,

Em comunhão com cada irmão, pregando a paz,

E é assim que cada dor mais insensata

De quem te mata, pouco a pouco se desfaz.

- às 22 h e 50 min do dia 19 de dezembro de 2010 - na ocasião em que foi feito, especialmente para a carinhosa e eterna arte de Denise Moura - Publicado e Registrado no Recanto das Letras.