Oração aos abandonados

Pedido de perdão ao bem que, um dia, deixei sem olhar para trás.

Perdoe-me se lhe fiz doer.

Perdoe-me se não lhe dei amor.

Perdoe-me se lhe deixei com fome.

Perdoe-me se não lhe fiz calor.

Perdoe-me se não lhe dei a paz.

Perdoe-me se lhe fiz calar.

Perdoe-me se não lhe protegi.

Perdoe-me, meu bem, perdoe-me!

Perdoe-me, se quando lhe quis e tanto, que de medo e pranto do fim do nosso tempo, esquecei de amar o amor.

Perdoe-me, meu bem, perdoe-me!

Perdoe-me se em quando e quanto lhe quis fui perdendo o brilho, a paz, a serenidade.

Construiríamos de verdade um reino de faz-de-conta onde o rei é um tolo que adivinha o ontem e suspira felicidade.

Embriagado de um não saber o quê com coroa de ouro falso.

Perdoe-me, meu bem, perdoe-me!

Perdoe-me se lhe esqueci.

Perdoe-me se lhe fiz trair seus próprios sonhos.

Perdoe-me se lhe não dei um apelido carinhoso como código de nosso humor.

Perdoe-me se lhe não anunciei o fim.

Perdoe-me se lhe preteri.

À minha própria vida sem saída

Perdoe-me se lhe deixei para trás.

Perdoe-me se lhe não fiz companhia na vida como queria.

Perdoe-me, meu bem, perdoe-me!

Madame Butterfly
Enviado por Madame Butterfly em 08/09/2023
Código do texto: T7881024
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