São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Paz a qual tanto procuro, no intimo de meu ser, no sorriso dos pobres e na simplicidade dos puros.

Paz em todos os presentes que me foi dado e que reflete na represa do amor que me circunda.

Paz nas criaturas que me rodeiam e que são divinas em seu estado de vida.

Paz que tropeço todos os dias e que minha cegueira ilógica não me permite enxergar.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Sim meu Pai, que eu leve o amor a quem tem sede dele.

Que eu leve o amor aos que merecem por serem eles filhos de ti.

Que eu leve o amor mesmo que não o sinta em mim.

Que eu leve este amor mesmo com o corpo inundado pelo ódio da dúvida, da descrença, do orgulho e da frustração.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

O perdão aos seres que me amam e eu não vejo.

O perdão aos que me querem e eu não sinto.

O perdão às minhas próprias ofensas.

A ofensa de amar sem poder e a ofensa de não amar o que posso.

Onde houver discórdia, que eu leve a união.

A união do Pai.

A união da fé, a união dos filhos.

A união dos amigos e dos sonhos.

Dos projetos e das realizações.

Tira-me o poder da discórdia o qual remeto a alguns.

Discórdia que tenho dentro de mim pela vida que não valorizo.

Discórdia pela forma que o Pai me apresenta as oportunidades.

Onde houver dúvida, que eu leve a fé

.

Que eu leve a fé na vida.

Que eu leve a fé no Senhor.

A fé que me falta como filho.

A fé que abandono e a troco pela dúvida.

Pela dúvida de amar e confiar.

Pela dúvida da escolha.

Pela dúvida do meu futuro.

Onde houver erro, que eu leve a verdade

Que eu senhor, na minha infinita insignificância,

Consiga levar a verdade.

A verdade no amor, nos sentimentos e nas ações.

A verdade de meus erros de escolha e meus erros de amar.

A verdade de meu ser que erra e não se cansa de errar.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

A esperança em ti, e não a que me falta.

A esperança que me falta nas pessoas

A esperança que me falta em mim.

A esperança em acabar com meu desespero.

Onde houver tristeza, que eu leve alegria.

Que eu leve a alegria aos outros mesmo que me falte.

Que eu leve a alegria mesmo que triste.

Que eu leve meu ser cheio de alegria e que eu possa ficar com um pouco.

E que este pouco que seja muito pouco me renove.

Renove-me e me tire esta tristeza.

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Que eu leve a luz que me falta as vistas.

Que eu leve a luz que não ilumina meu caminho.

Que eu leve a luz a qual fecho meus olhos.

E fechando meus olhos me coloco em trevas.

As trevas de meu isolamento e solidão.

As trevas que insiste em me fazer escravo da minha ilusão.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais.

E que em minha procura eu me ache

Consolar que ser consolado

Que eu possa consolar os que ofendo e que esperam isso de mim

Compreender que ser compreendido.

Compreende-los mesmo que eu não me compreenda

Amar que ser amado.

Pai, nisso me de força....

Para que eu continue amando a quem não me ame

E que eu aprenda a amar quem me ama.

Pois e dando que se recebe

Dar mais que dou,

Mesmo que eu ache que já é muito e não tenho nada a mais para dar.

É perdoando que se é perdoado.

Que esse perdão que preciso dar seja a mim permitido pois dele sou e serei usuário.

E é morrendo que se nasce para a vida eterna...

Morrer é meu destino mais seguro e certo.

Na morte não tenho dúvida.

Apenas quero vê-la de frente de cabeça erguida.

Erguida de orgulho por ter vivido com intensidade.

Vivido e amado, alegre e honrado.

Por isso Senhor.....

Não me leve agora.....

Preciso de tempo para aprender.....

Aprender a viver.......

E me orgulhar de ter vivido......

Cavalo de Fogo
Enviado por Cavalo de Fogo em 25/01/2008
Reeditado em 28/01/2008
Código do texto: T832821