A cruz nossa de cada dia

Não comparemos nossas cruzes; elas são de tamanhos diversos e de matérias várias; vêm para cada um em momentos diferentes, de modo que, quando um parece repousar, o outro verga sob o seu próprio desgosto, e quando outro parece folgar pode estar naquele mesmo momento a sofrer o seu maior desatino. Portanto não compete a nós qualquer mudança; não queiramos para nós cruzes menores ou alheias; a que temos é de bom tamanho e foi feita e permitida para a nossa expiação ou aperfeiçoamento. É aceitar, pegar e seguir. Mas não sejamos nós causa de suplício aos outros, nem coloquemos nós fardos nos ombros dos que transparecem alívio; ninguém pode levar duas cruzes.

Neusa Storti Guerra Jacintho
Enviado por Neusa Storti Guerra Jacintho em 06/06/2008
Reeditado em 29/11/2009
Código do texto: T1021708
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