A Carta

E porque ele me disse que eu caio sempre e sempre no mesmo assunto. Mas que diabos, por que nada que escrevo que não seja sobre você não me soa verdadeiro? Eu não ligo, viu. Seja feliz. Com ela, sem ela. Você quem decide. Eu só quero aprender a escrever sobre outra coisa que não seja você. Hoje eu vim pra dizer, de novo, que a vida tá boa, é sério. E mesmo que eu fique repetindo e repetindo tudo isso, toda hora, é verdade. Porque você nunca lê nada, não me interessa você saber de nada. Mas eu fico feliz, por estar feliz sem você. Tanta coisa aconteceu que eu realmente nem acredito nessa felicidade. Tá tudo fácil demais. Chega ser estranho.

Até quem não te conhece, até mesmo meus novos amigos sabem de você. Seja por um perfume e pelo meu comentário idiota de como aquele cheiro me lembra você. Ou alguém com nome igual, eu solto aquela piadinha ridícula dizendo o quanto quero distância de pessoas com esse nome, só pra poder falar de você.

Ele disse que estou presa a você (?), porque vivi minhas maiores experiências com você. Como assim? Que viadagem isso! Eu saio e me divirto. Volto pra casa, deito com a cabeça no travesseiro e durmo feliz, sem tristeza! Mas eu não sei escrever e nem não lembrar de algo que não seja sobre você... É uma bosta, sabe. E algumas vezes ele me pergunta coisas sobre você, diz que é pra nunca fazer nada igual. Mas incomoda, eu sempre engasgo, acabo mudando de assunto. E o mais curioso é que sou sempre eu quem inicia a conversa.

Esses dias ele me perguntou o que eu diria, se depois de quase trezentos e sessenta e cinco dias eu te encontrasse de novo. Sabe o que eu respondi? Oi,e te beijaria. É! Acredita? Ele não. E eu também, pra ser sincera. Acho que te daria um abraço forte, sem dizer nada. Mas seria quase impossível essa aproximação, depois de tanta coisa que aconteceu. Então eu simplesmente faria cara de nem-ligo, e fingiria que nunca te conheci. Sei lá...

Eu quis ser sua amiga, lembra? Eu quis sim! Mas você é uma bichinha cheia de sentimentos melosos e me disse que não-se-é amigo-de-quem-se-ama-e-não-se-pode-tocar. Ok, ok. Lindo tudo isso! Mas eu gostava de te fazer rir, e cuidar de você e dizer coisas pra te deixar todo vermelho de vergonha. Alias, eu já disse que te sentia o homem da relação? E eu era tua mocinha tímida… E eu juro que fui embora pra proteger você.

Torço pra que tudo esteja bem por aí. Que você continue frequentando o mauá, que é sua cara mesmo. Não tô zoando. Só não me entra na cabeça como alguém tão diferente de mim entrou na minha vida. Como um dia eu pude me apaixonar por um cara que gosta de rock, bebe e que fala mais palavrão que eu? Puta que pariu, francamente, hein. X)

Mas ah, eu só escrevi denovo pra te dizer aquelas coisas que eu sempre fico fugindo, fico imaginando respostas ridículas pra tu ta aí e eu aqui, sozinha, enquanto tu sigas tua belíssima vida com as gurias daí. Então, sem mais nem menos, só pra te avisar e deixar bem claro que ainda te amo como nunca amei ninguém.