...

Eu pensava o tempo inteiro... Pensava nela...

Pensava no quanto a desejava, no quanto a queria ao meu lado...

Em todo lugar eu pensava no encontro... No dia em que a veria, no dia em que a tocaria.

De repente, no frio da noite eu senti o medo me tomar e as lágrimas escorreram...

O que me fazia ter certeza que não era só curiosidade da parte dela?O que me fazia ter certeza de que eu seria a única da vida dela?

Olhei o sorriso dela de menina... Os olhos pequeninos... E chorei... Chorei lágrimas de amor e dor...

Dor por não a ter e por compreender que é quase impossível ela me levar a sério...

Chorei sonhando com nossos beijos, com nossos abraços, com nossas futuras juras...

Chorei imaginando os dias em que passaríamos felizes uma junto a outra e nos dias que se sucederiam... E talvez no esquecimento dela para mim com o tempo...

Chorei vendo ela me esquecer pouco a pouco... Sentindo o desinteresse até que findasse o desejo.

Chorei a solidão que me envolvia... Chorei o vazio que sentia de tudo e de todos...

Chorei a música lutuosa que reinava pela minha casa.

Ah como chorei... Chorei tudo que me afligia e até um pouco mais.

Não me importava mais se era só curiosidade da parte dela... Eu só queria viver aquilo que sentia...

Senti-me como um ser solitário e isolado em seu planeta a espera de visitantes... Quis abraçar alguém e chorar... Qualquer pessoa... Mas não havia ninguém ao meu redor, só existiam sombras apressadas.

Perguntei-me o que a donzela que eu tanto gostava poderia querer comigo... E não achei resposta em meu ser lutuoso... Elas vinham embaralhadas e tortas.

Ah como me doía àquelas perguntas... Mas por que eu as fazia a mim se me doía?Por que eu maltratava-me assim?

Talvez fosse apenas à saudade corroendo minhas certezas, talvez fosse só o medo assolando tudo... Ou talvez... Não fosse nada.

16/07/08

Borboleta aprendiz
Enviado por Borboleta aprendiz em 18/07/2008
Código do texto: T1086351
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