Coletas
Como diz o título esse texto na verdade é uma coleta.
um certo dia enquanto organizava meus papéis e cadernos velhos, comecei a folheá-los, e descobri alguns ''pensamentos'' perdidos, aqui estão:
*1 Quão feliz será o caminho do inocente, que esquece-se do mundo e por ele é esquecido, ''o brilho eterno de sua mente sem lembranças'', eternamente vazio e infinito, abrigando pura e simplesmente a tranquilidade da ausência do pensar, com cada dor, sem cosciência, concebida; e cada desejo, sem saber, renunciado.
(Inspirado em um texto de Alexander Pope)
*2 Do consciente o raciocínio é relevado,
Com o porém de um contrair involuntário.
Soberana a vontade que adora o ocultar de um pensar subjulgado.
A guerra eterna entre instinto e sensibilidade,
O futuro sempre fica pra depois,
E a liberdade de arbitrar tingida está
Sob a fachada de um falso caráter não-animal.
*3 Quem me dera entender o que exprimo, quase sempre para mim renunciado, quese sempre para mim sub-entendido.
O fogo fátuo de um amor correspondido flutua e transcorre a inexistência de um sentir não abalado, e a insubstância insistente ainda sustenta, um sem-sentido de prazeres revelados.
*4 A invenção de um passado sendo feita no presente. Um futuro, aguardador do antigo passageiro, com um novo antigamente traz a possibilidade da mudança. E se mutantes somos todos, ninguém fica para impedir o transcorrer de fatos, resultados de nossos pensamentos, pois o prever de um acontecimento, nada mais é do que fruto de uma memória anterior.