Sobre o viver...

Todos os seres humanos carregam consigo um baú, alguns talhados com detalhes em ouro mas vazios, outros simples porém cheios, são as lembranças. Alguns fantasiam seu passado, o escondem atrás de floreios, mas a vida de pouco lhes serviu, foi um passar de tempo, poupar afetos, carregar apenas o peso da responsabilidade sem a necessária dose de prazer, que dizem ser compensada pelo (por algum) “sucesso” atual. Outros carregam muitas lágrimas e fotos amareladas neste baú, flores de sonhos, perfumes de noites inesquecíveis...

Quando andamos pelo caminho da vida, arrastamos nosso baú, sempre atrás, enchendo cada vez mais este com coisas novas, mas, é preciso, quando perdido, sem saber quem somos ou pra onde vamos, parar um instante e abrir nosso baú, pegar aquilo que nos conta de quem somos, que nos diz de amores que não voltam, mas nos lembra dos comerços daquilo que ainda temos, como nossas amizades. Aí podemos voltar a caminhar, sorrindo, vendo que a vida não é um agora, nem um amanhã, ou menos ainda o ontem, a vida, é o pleno sincronismo de um ser que viveu, vive e viverá se construindo, mas nunca deixando o que passou, pois somos o que fomos, e o que seremos: a limitação temporal é mera organização (ilusória ao extremo)!

Cantar canções antigas não é dizer de quem vive olhando para trás, é quem sabe que tudo o que viveu, é parte do que se é, aprender é um eterno construir, mas nunca se tira a base de algo para que isto cresça, a base é sempre simples, e vai ganhando formas definidas, e torneadas, somos assim, como vasos que vão tomando forma e isto é alcançar a plenitude, levando em conta a finitude, de uma vida que nos foi dada como presente (ou maldição), e seguir o caminho como quem não sabe pra onde vai, mas aproveita a viagem, que a única coisa certa deste prosseguir...

Inspirado em uma aula de Psicologia humanista Existencial

13/08/2008; 19:50

T Sophie
Enviado por T Sophie em 13/08/2008
Reeditado em 12/09/2008
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