Solidão...

Sinto-me como se estivesse em uma caixa-segredo... Só!

A tampa foi lacrada, com pregos, fechada de forma a ninguém,

Poder me encontrar, a não ser que eu queira...

E eu não quero.

Pelo menos não agora.

Tenho a maior parte de mim guardada só para mim...

Não posso dividir, não ousaria.

Só eu posso reciclar,

Transformar meu lixo em algo útil...

Apreciável aos olhos.

Mais me sinto tão sonolenta...

Um torpor, sem medo do mergulho na inconsciência...

Fuga de mim, difícil... Não consigo.

Nos sonhos minhas realidades me assombram como fantasmas.

Tento usar meu riso fácil como escudo para perguntas indiscretas

Mas sei que meus olhos estão tristes,

E isso não dá para esconder

A não ser que mantenha eles fechados... Sono!

Não posso chorar... Minhas lágrimas causam constrangimento.

E eu estou me sentindo tão perdida...

Como uma borboleta atravessando mares

Fugi da ilha que vivia, isolada, mas segura

Aventurei=me num mar desconhecido chamado paixão.

Estou cansada, não encontro lugar para pousar...

Sei que estou na rota errada

Extravagante e sem limites...

Tô cansada, mas não posso parar

Ou morro afogada,

Já não consigo manter distância das águas

E os respingos das ondas ameaçam molhar-me as asas...

Irregular minha altura de voou

Mas ainda guardo a esperança de chegar a um lugar seguro...

Meu coração teimoso, visualiza uma ilha

Num horizonte de águas e mais águas.

Tão cansada...

Quero dormir e não sonhar... Impossível!

E o medo dos sonhos me mantém acordada,

Fixar a realidade

A única maneira de sobreviver,

Neste mar turbulento,

Chamado paixão.

Observadora
Enviado por Observadora em 21/08/2008
Reeditado em 21/08/2008
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