Sei Lá***

Queria poder chorar agora

Tirando de dentro de mim essa angústia

Podiam inventar algo que curasse

a alma e tirasse dela toda dor

Preciso escrever e escrever sempre

Mas, não sei ao certo o que

Tento ouvir meu silêncio

e entender um pouco dele

Assim, posso me transportar

A um lugar onde encontre um ombro

Essa escuridão me assusta sempre

E ninguém nunca está perto

Não me verão suplicante ao amanhecer

mesmo que o dia seja novamente triste

Mesmo que seja um eterno adeus

Um reinventar a cada verso revirado

Se sorrio para o mundo e choro escondido

vou vivendo entre os espaços desses versos

É preciso me derramar não é?

Vou esvaziando aos poucos

Aprendendo a dialética da vida

Não sei se sou humana ou finjo ser

Não sei o que sou nem no que me transformei

Me sinto má na maioria das vezes

Como se estivesse errando com as pessoas

Sempre errando em cada verbo mal-acabado

Sou uma mentira para mim mesma

Também para os que estão a minha volta

Como ser verdadeira em meio a tanta imposição?

Vou sonhar que faço de mim mesma melodia

Vai ser uma ópera triste, bem triste...

Onde a mocinha diz uma frase linda no final

Ninguém nunca mais vai esquecê-la, nunca,

Mas, ela não morre,

Fica presa em sua caixa de surpresas...

As vezes surgem mais frases dignas

de não serem esquecidas,

Ela nem sempre é boa com as palavras,

Apenas tem alguma sorte.

Luciana Bruder
Enviado por Luciana Bruder em 29/08/2008
Reeditado em 12/05/2012
Código do texto: T1151266
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