Núcleo do vazio
Quando a ilusão desnudar-se dos medos mais absurdos e insólitos, quem sabe na fragilidade lírica num fluido de noites rasgadas e olhos surdos, compreenda que o medo embebedasse dos próprios vultos, da razão concreta:
- tudo acaba tão depressa.
E essa dor que não cabe na palavra tem composição no núcleo do vazio. Da falta que nada preenche nem apaga. Esmorece a certeza entre a ferrugem dos sonhos, profundidade das ilusões e seus castelos.
De repente o bonde pára e a cena, embrulhada na permanecia do nunca, talvez nem saiba, entre montanhas e alvoradas, o medo não têm abrigo tão pouco nunca é pra sempre, mesmo que sempre é saudade que não acaba.