MÚTUA PRIVAÇÃO

Não tenho a pretensão de mudar as leis do país, nem me cabe julgar aquilo que nossos governantes fazem ou deixam de fazer em beneficio do povo. Entretanto, faço uma pergunta que, com certeza, outros brasileiros também a fazem. Se as autoridades estão severamente voltadas a aprimorar e manter os cárceres com segurança máxima, utilizando as melhores tecnologias a fim de evitar as fugas em massa dessa reclusão, ou simplesmente acondicionar redes sobre as mesmas para tentar inibir que helicópteros libertem os mais favorecidos dos pátios penitenciários, como já houve, entre outras. Aqueles que por motivo de ganância, vingança, maldade, e outras que deveriam ser da mesma categoria, ou mesmo personalidade diferente da maioria, cometeram qualquer ato ilícito, como: roubo, assalto, estupro, pedofilia, assassinato ou qualquer outro que a justiça julga e determina sua prisão. E por esse motivo, investem consideráveis quantias de dinheiro para a construção de novos presídios, aumento do contingente policial, equipamentos importados, câmaras de vídeo, armamento, uniformes, energia elétrica, água e roupas para os reclusos, que exigem melhores acomodações, boas refeições e algum laser. Ainda, pela condição natural do ser humano, por motivo de doença adquiridas dentro dessas instituições, consideramos oportuna a distribuição gratuita de preservativos, porque a maioria é de doenças virais. O que os obriga a levar os infectados em veículos adquiridos com dinheiro público, para hospitais com seguranças e, obviamente, os medicam. Quanto custa tudo isso para o povo trabalhador e honesto? De repente, algumas pessoas desse povo precisem com urgência de transplante de qualquer órgão para continuar vivendo e se reintegrar a sociedade trabalhadora e, os hospitais que também são implantados, às vezes, simplesmente para fins eleitoreiros, admitindo aqueles que trabalharam em sua campanha política, cabides de emprego ou gestão empregatícia para amigos e parentes. Essas pessoas que necessitam de transplantes de órgãos humanos, ficam meses aguardando a liberação de verbas, vagas, etc., tendo que cumprir um ritual burocrático sem limites e, às vezes, acabam morrendo por falta de organização governamental, ou mesmo pela falta de dinheiro para que possa fazê-lo em entidades pagas. Ora, isso está certo? Aquele que ilicitamente tem sua reclusão imposta pela lei, com mordomias a alto custo, tem maior prioridade do que aquele que pode voltar ao mercado de trabalho e contribuir para a construção de novos presídios? Sabemos que na tentativa de levar uma vida fácil, essa prática dos delinquentes era comum desde o tempo dos homens das cavernas, e naquela época a punição era diferente, mas já existia, e não se fazia transplantes.