Serpente feminina

É dos confins da história da humanidade

Que vem nossa capacidade

De ludibriar a mente alheia

Prender os homens em nossa teia

Assim como a aranha Viúva-Negra

Que assassina seu consorte

Somos corajosas o suficiente

Pra driblar parceiros de grande porte

Queimamos nossos soutiens

Parimos uma população inteira

Trazemos nos lábios sonhos e esperanças vãs

Derrubamos reis e guerreiros em poeira

Com beijos e palavras delicadas

Ganhamos o mundo da confiança masculina

É aí que estão as grandes sacadas

Eles acabam sempre ingerindo muita aspirina

Embora sempre por trás de um grande homem,

Haja sempre uma grande mulher

Ele não deveria confiar

Em quem sempre mete a colher

Se fomos ardilosas o suficiente

Para convencer um homem a servir-se de uma maçã

E depois virar serpente

É prova suficiente

De que somos capazes até mesmo de simular uma paixão

Só para vermos quem nos ofendeu

Deitado, doido, escabelado, no chão.

Não temai, marinheiros, pipoqueiros, jardineiros, reis, dragões, bardos, imperadores...!

Nosso sorriso e nossa voz sempre serão doces;

Nunca conhecerão nossas dores.

Caroline Garcia Cruz
Enviado por Caroline Garcia Cruz em 15/09/2008
Reeditado em 15/09/2008
Código do texto: T1178934
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