Há muitos que discordam porque se orgulham e sentem enorme prazer em ser total e completamente inútil. Há muita gente que adora ficar de braços cruzados tendo em seu derredor uma infinidade de coisas e situações em que poderia ser útil, mas... o prazer de ser inútil é maior. Há quem procure não aprender nada, exatamente para, num momento de “fraqueza”, não acabar prestando algum bom serviço a outrem.
Ou seja, encontra sincero prazer em ser útil quem não é egocêntrico. Quem ainda acredita que tudo deva se referir ao seu próprio eu, acha que os outros é que lhe devem ser úteis...
A sorte é que, embora sejam minoria, há os que sejam úteis sem sentimento de culpa, sem crerem que estão sendo superiores àquele que está sendo ajudado, e sem se ofenderem com a má recepção, com a ingratidão que, não raro, sobrevêm a qualquer singelo ato de ajuda. Sim, porque não só há os que não sabem (e nem querem ser úteis), como os que se sentem rebaixados, inferiorizados quando ajudados, e aí logo retribuem a gentileza com um “coice”, isto é, com uma agressão moral que revela o seu desagradecimento, a sua ingratidão...
Mas, em suma, é muito bom ser útil, do mesmo modo como é muito útil ser bom...