O Álcool – Poderoso Instrumento Alienante

Desde os primórdios da humanidade o álcool tem essa função social. Contudo, foi apenas nos séculos XIX e XX que isso se intensificou de maneira assustadora. De fato, a bebida alcoólica hoje é utilizada como se fosse um medicamento. Ela serve para diminuir o estado de stress do homem pós-moderno. Nela o gênero humano experimenta um prazer que não é oferecido no seu massacrante cotidiano. Ela produz a euforia, o riso, a desinibição e o relaxamento dos músculos e do cérebro.

Mas se o álcool é uma substância que produz alterações físicas e mentais no ser humano, por que ela é liberada pelo poder público? Provavelmente por motivos históricos e culturais. Ora, imagine o povo brasileiro consumindo menos bebida alcoólica... Bom, ele poderia ter mais tempo para encontrar outros prazeres, como, por exemplo, a leitura, a pintura, a escultura, o teatro, o cinema, dentre outros entretenimentos enriquecedores para o nosso cérebro. Certamente, não aconteceria o caos social com a redução do consumo, como muitos imaginam (estes alegam que a falta do que fazer provocaria o aumento da violência), mas muito pelo contrário, promoveria a elevação espiritual e intelectual do gênero humano.

Contudo, também não apóio a proibição do consumo do álcool, pois tudo que é proibido produz curiosidade e criminalidade. Mas julgo que o Estado poderia orientar, por meio do Ministério da Saúde e do Ministério da Cultura, a população brasileira das conseqüências do uso excessivo do álcool e da importância do usufruto e da prática da Cultura na sociedade. Um meio muito eficaz é o uso da propaganda estatal, tal como acontece com o cigarro. Poderia ser colocado nos rótulos das latas e garrafas de bebidas alcoólicas, por exemplo, as seguintes frases: “Beba menos e leia mais.” ou “Beba menos e vá mais ao Teatro” e ou “O consumo excessivo do álcool prejudica a saúde” ou, mais ríspido, “O consumo excessivo do álcool provoca a cirrose.” ou, então, “O consumo excessivo do álcool provoca a demência mental.” entre outras frases do gênero. Ou seja, é apenas uma questão de orientação pública e nunca de proibição. E, conforme sabemos, conselho não faz mal á ninguém.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 10/10/2008
Reeditado em 10/10/2008
Código do texto: T1221426
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