Além dos sonhos
Já sonhei em ser tantas coisas.
Algumas que até já me foram esquecidas.
Esquecidas, por não poderem ser alcançadas
Ou porque alcançar me parecia involuntário em tal momento.
Momento no qual sorri e me perdi.
Perdida, fiquei a sonhar e a idolatrar.
Idolatrar imagens distintas das quais algumas não lembro com tanta importância que devera.
Dever, que deveras a mim o amor ao qual não provei.
Provar o sabor de sonhar e não retornar.
Retornar aos sorrisos...
Se não me mostram ser possível, então que retornar de um sonho não seja tão amargo, quanto uma lembrança sem esperanças de revivê-la.
Reviver, a morte dos dias atuais
Atualidade da qual me fazes sentir o desejo inconstante de voltar a épocas onde nunca estive
E se estive lembro-me em sonhos infundados.
Infundados por suas dúvidas ressequidas e amargas
Já que duvidaste de meus sonhos
Duvidaras de mim
Posto que eu sou todo meu sonho, toda minha lembrança e toda minha saudade
Saudade dos tempos que não hei de reviver
E dos sonhos que não sei se irei alcançar
Mas que alcançar já tenha me dado seu significado
Talvez em algumas das linhas acima, segundos, minutos já passados.
Passar...
Como passam as horas lentas dos meus dias de aturdidos pensamentos e ilusões
Nas quais mergulho com fervor e igualitária ternura.