Palavras variadas

Há momento na vida de uma pessoa, que a única coisa que se passa pela cabeça é a hipótese do “e se eu não existisse?”, ou “se eu não fosse eu?”. Nestes momentos de perguntas tão dolorosamente duvidosas e depressivas o único remédio que nossa mente sobrecarregada encontra é o isolamento.

Passo por este instante de duvida e dor do e se eu não existisse e do se eu não fosse eu. Talvez, esteja eu a beira de uma provável depressão, ou apenas sinta a tristeza normal que qualquer humano sentiria que estivesse no meu lugar, o que jamais desejo para pessoa alguma. Sendo que uma vez sou a pessoa mais feliz do mundo e a outra a mais abandonada, rejeitada e suja.

Suja, aos olhos daqueles que deveriam me amar. Fico eu me perguntando qual qualidade/defeito é este que me faz ser um ser sujo e encontro a mais latente resposta, da qual nenhuma palavra eu tenho para descrever.

Há momentos na vida de uma mulher,assim como eu,que enfrenta as mesmas dores e obstáculos, que tenta-se seguir os conselhos dos amigos arduamente,intensamente,mas quando enfim pensamos ter encontrado algum resultado,enxergamos o ardor das lágrimas.

Oh... Há instantes em que não se pode evitar as lágrimas e que de repente seus olhos parecem muito rasos para elas, e que você deseja ter olhos ridiculamente profundos, para conter todas as lágrimas que lhe chegam. Há instantes que a voz do certo soa em sua mente como um alerta, como o ultimo laço a sanidade e você se apega, entretanto a cada dia que se passa este laço parece mais distante e mais inalcançável e você se vê tão vulnerável como um cãozinho pequeno numa avenida cheia de carros e gigantes.

Talvez, nós mulheres sejamos emocionalmente fracas. Talvez devêssemos ser mais duras como os homens, que sempre suportam esta dor emocional com mais resistência...

Ah, existem tantos talvez!Tantos e se... Tantos!

Por que não aceitar a vida como ela é e seguir em frente sem mais lamentos?Por que não vestir o escudo que se usava antes numa batalha e ir para guerra seguro de si mesmo e sua força?

Por que viver e deixar que o tempo cure suas feridas e dores. Deixar que o vento te leve como um barco a vela que bóia sobre o imenso mar azul?

Desde criança aprendemos que nem tudo é como sonhamos e queremos, contudo sempre persistimos a ter as coisas como desejamos. Acabamos por sonhar e chorar todas as noites ao travesseiro, vendo enfim que nossa vida não passa de uma terrível farsa, que somos atores e atrizes da nossa própria história. Mentindo para todos a todo instante nossos verdadeiros momentos. Pondo uma mascara feliz, quando dentro do peito tudo sangra e chora. Mostrando sempre força, quando o que se tem é uma grande fragilidade e uma profunda carência.

Ah... Somos todos tão hipócritas!Seja por amor, por orgulho, ou seja, lá o que for. Pode ser que não desejemos ser hipócritas, mas somos, ou fomos algum dia.

Gostaria de poder mostrar realmente a dor que me embala, a carência e fragilidade em que estou envolta. Mas e o meu orgulho?Mostrando demonstraria que sou fraca?Seria alvo de pena?E será que pena é um sentimento tão ruim?Melhor tê-lo de alguém ou não tê-lo?

No fundo de meu peito eu queria que aqueles a quem amo e me fazem tão mal tivessem pena de mim,por que pelo menos eles parariam de me ferir e me golpear.Por que pelo menos assim eu teria suas atenções,não como uma coisa má e nojenta,mas como um ser humano que precisa de amor e calor.

Estou sentindo nojo de mim mesma, estou sendo terrivelmente e assustadoramente desesperada.

Quantas palavras sem sentindo... Um desabafo, poderia assim rotular?

É, pode-se considerar que sim... Um desabafo em palavras variadas, mudando de assunto a cada segundo,sem um assunto realmente explicitado.

Aqui esta e morre-se aqui palavras variadas, de alguém que chorou e não quis,de alguém que pôs sua alma e não pôs.

12/10/09

Borboleta aprendiz
Enviado por Borboleta aprendiz em 12/10/2008
Código do texto: T1225189
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.