Meio-amores

(Sinto uma espécie de falta. É, é bom disfarçar o que nem se sabe se é. Mas aqui eu fico catando resquícios de musiquinhas cantadas. É, uma espécie de falta. Sabe de que? Quem é que sabe?

Uma vez na vida quem sabe linhas alinhadas. Mas talvez não. Existe alguma coisa de errado desde o começo. E existe alguma coisa de muito certo. Mas que coisa estranha é desistirem sempre. Como se não valesse a pena. Por que escolhem outro caminho? Por que não o meu caminho? Por que não eu a escolha? Eu no sentido desejado.)

Ela esta farta dos seus meio-amores. Todos meio, raramente inteiros. E meio mesmo os inteiros. E sempre tão grandes em suas metades. Sempre confusos, sempre arrastados. Sempre desistidos, sempre deixados, largados. Desistidos no começo. Por vezes nem começados. Cheios de medos, de precauções. Sempre repletos de confusões. De falta de clareza. De indecisões. Sempre cheios de idas e voltas. Nunca desistidos, nunca persistidos. Sempre parados no meio de um caminho. Onde empacam, param, ficam. Persistem no erro. Não podem deixá-la. Nem podem tentá-la de vez, com força. Falta-lhes força! Força de ir ou de ficar. E mesmo quem ficou custou!

Que é que me falta? Que é que lhes falta? De que é feita a cortina que sempre nos separa? Que nos impede? Minha culpa. Tuas culpas. Parados no meio de um caminho. Que coisa constante! E justo a mim que amo ir ao fim coube ser meio?! Por que se importar tanto comigo sempre a ponto de não viver para não sofrer? E que desculpa é essa que vivo constantemente? Essa desculpa verdadeira! Por que justo a mim que amo ser fim coube ser meio?!

Elle Henriques
Enviado por Elle Henriques em 30/10/2008
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