POBRE DE VOCÊ

Pobre de você que tão poucos anos tem

Mas de muitas grades é provida

Sou, também, ser engaiolado

Mas não minha cabeça,

Mas no meu corpo: paralisado diante da vida!

Seja menos assim tão dura

Tão militarmente tapada

Saiba que não há heróis nem cavaleiros

senão os que o fazem por dinheiro.

Acredite na bondade dos homens.

Todo homem é bom se são.

Pois doentia é a maldade

Que precisa de maquinação...

Se a paz é bem vinda e a preguiça divina

são, normalmente, os homens, bons de coração.

Posso ser terrível se minha vingança

Depender de apertar um botão

Serei, porém, um anjo, se resolver

Não me dedicar a planos de armação

Doente se me lhes cederia.

Pobre de você que é cega

Que não enxerga onde está a felicidade

Que ela não se conjuga no singular

E que muros e grades não protegem

Mas são navalhas na jugular

Olhe a seu redor e veja

Concreto armado por todos os cantos

Em fora agonia, fome, doença, prantos!

Peço a seu deus a permissão

De me recostar em grades frias e ter ódio.