Cenas da vida

Caminhando na rua num fim de tarde de

congestionamentos, buzinas

me atormentam, fico nervoso e acredito

que não tenho controle emocional para

dirigir, pois como pedestre fico irritado

com tanta falta de educação dos motoristas,

imagine se estivesse a frente de um volante?

Seria como uma arma, o trânsito é estressante demais para mim.

Sigo meu caminho, passo por vitrines, olho as vendedoras,

e mais adiante a visto um casal de hippies sentados na calçada

expondo seus artesanatos, olho discretamente e penso:

“Se nada der certo virou um”, abro um tímido sorriso.

As pessoas passam por mim apressadas, ando calmamente

apreciando o movimento de tudo que está ao meu redor, de repente o sinal fecha e escuto um barulho de objeto caindo no chão, observo para me certificar que não deixei cair nada, e logo vejo o celular do ciclista que não percebeu a queda do seu aparelho, grito! Ohh brow!! seu celular caiu!! Ele atende, verifica e resgata seu telefone do asfalto, responde, Valeu irmão!!!Com a certeza de ter feito a boa ação do dia, sigo avante e observo uma linda mulher que segue na mesma direção um pouco atrás de mim, passo por um carro me abaixo e finjo amarrar o cadarço, só para perder tempo e vê-la me ultrapassando, a tática dar certo e fico confortávelmente apreciando suas formas e seu balançar. Me perco em pensamentos sem sentidos e quando do por mim, já não está diante dos meus olhos, volto a órbita e chego ao meu destino.