Eu afundado

Agora são 8h21 de um domingo belo, seria um dia delicioso se meu coração não estivesse em pedaços, pedaços pequenos, difícil de juntar e de recompor. Essa é a hora que encontrei para respirar apertado no meu cantinho sagrado, o local que deixei para depositar minhas emoções ao máximo, sejam elas boas ou não, sejam elas transparentes e com barreiras; não importa a forma das emoções e sim que elas existam. No momento a ouvir “Mulher fatal” fico respirando apertado com a dor no nó do sentimento, escalando o recanto dos meus instintos procurando o que o vento me tirou e, o que percebo é, simplesmente, que o vento é traiçoeiro.

Será que valeu ao meu coração uma dose de transpiração em meio ao inusitado e desconhecido, será que desdenho a desenhar meu sofrimento ou se já não estivesse desenhado e calculado pelo tempo que tinha minutos e segundos para durar, mas minha forma incoerente de pensar não deu a minha para esse paralelo que estava por vir e o engraçado, não é que veio! Veio com força total, deixou-me a ver navios e com um vazio sem igual, camuflar minha dor com sorriso no rosto é uma fraturo no meu ego, é uma loucura para transcorrer na minha face, porém tenho que fazer isso e agüentar o que o tempo me deixou.

Estou na lavoura das emoções mais profundas, estou cultivando a emoção pior que existe: da dor, da agonia, da aflição. Tenho que fazer isso para que a ferida seja grande e imensa, para que não cure jamais. A matéria humana deve ser fragilizada com esse empenho da carne, se a carne fez a festa, agora à festa faz a carne sentir a dor que antes foi sabor. É simples e prático o fomento do agora se antes fiz minha hora e os minutos ficaram na imensidão, mas agora os minutos aparecem com força total tirando minha liberdade condicional.

A maior prisão que existe é da emoção, é do coração, a liberdade do corpo não é nada comparado ao submundo da tristeza em absoluto. Agora estou em paz, na fragilidade de um dia com pedaços de lembranças na cabeça me fazendo imergir para o mais fundo dos precipícios e no momento só quero ficar sem ver o sol e que meus olhos fechem para o mundo já que o mundo se fechou para mim faço o mesmo sem motivo de vingança apenas uma esperança que se perdeu e meu eu afundou.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 16/11/2008
Código do texto: T1286136
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