Desabafo
Fumaça que apela para ignorância
Que torna o homem de carne uma simples lembrança
Minha alma morreu quem sabe fui eu
Que quis ser assim
Que vi no princípio
E vi no final
A mesma verdade
A mesma mentira
Do seu secular
Emprego de classe
Sustenta o mundo
Acaba com o choro
Foge do fogo
E mata as lembranças
Em um copo d’água
E bebe a esperança
No caos da razão
No seu pensamento
Que é a maneira
De se libertar
Privado da dor
Esquece o horror
E pode deitar
Vivi um sonho
Num dia real
E nele eu vivia
O princípio e o final
Vivi com vontade
Servi a mim mesmo
E o desespero
Foi como a sede
Embora num gole
Matando a promessa
De um pecador
Na cruz da fartura
Dos reis e senhores
Que tanto procuram
Um novo pecado
Na alma do povo
A dor e a coragem
Preciso o amor
Que foi na visão
A forma mais linda
De indignação
Preciso o chicote
Dos homens que batem
E sentem o fervor
De um prometido
Caminho pra deus
Eu vou te mostrar um deus oriundo vindo das classes do submundo