Considerações acerca da Personalidade Humana

Embora não queiramos admitir, o ser humano na verdade segue um padrão, cada povo ou país é como uma colméia, onde cada um possui sua função e posição na hierarquia social. Mas somos diferentes de abelhas, ao menos, mesmo que aparentemente iguais na grande colméia, todo ser humano é totalmente único. Pois cada um de nós possui uma personalidade. Quando nos referimos à personalidade, a primeira coisa que nos vem à cabeça é que personalidade é o nosso modo de ser, nosso modo de fazer as coisas.

Mas há também, como parte da personalidade, o nosso caráter, que reúne nossas virtudes e defeitos, são essas virtudes e defeitos que guiam nossas decisões. Ou seja, a vontade referida no texto na verdade advém da personalidade. Mas de onde advém a nossa personalidade?

Cientistas e sociólogos dizem que a personalidade é formada de zero a seis anos, embora não saibam direito os mecanismos que a formam. Como eles chegaram a essa conclusão? Fazendo experiências e observando a natureza. Desse episodio podemos tirar a dúbia conclusão de que toda pergunta advém do homem, e toda resposta advém da natureza.

Ao observarmos a natureza e como ela forja o caráter das crianças, começamos a perceber as suas ferramentas, e também que a personalidade na verdade é única pois o material é único, uma Personalidade Primaria, e não pela pura habilidade da natureza. Duas crianças não têm a mesma reação sobre um mesmo evento, por exemplo. Enquanto a primeira começa a chorar sem parar, com medo do desconhecido relâmpago, a segunda olha admirada a linha de luz no céu.

O que forma a Personalidade Primaria eu apenas posso teorizar. Particularmente, acredito que a experiência do parto seja decisiva na formação desta. No caso anterior, dos dois bebês, podemos imaginar que aquele que teria medo da luz desconhecida poderia ter nascido em um hospital, e a luz forte da sala de operações acabou sendo relacionada com a lembrança da dor do nascimento. Já o segundo bebê pode ter associado sua dor com a respiração, e a associação perdeu seu significado antes dos seis anos.

A família e a sociedade também têm um papel decisivo na formação da personalidade. Suas virtudes e defeitos poderão ser transferidos para a criança, ou repudiadas, conforme a sua Personalidade Primaria.

Em uma analogia primitiva, poderíamos comparar a família a uma bigorna, a Personalidade Primaria a uma espada e a natureza como o martelo. O martelo golpeia a espada no seu padrão, a espada assume as saliências e características da parte externa da bigorna, na medida que seu material permite.

Então, chegando a uma conclusão (um pouco dúbia, não desejo me prolongar demais), a vontade alheia pode sim ser controlada. Mas é necessário ser o ferreiro.

Nume
Enviado por Nume em 03/04/2006
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