SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 06 - O INDUZIDO

Quando a pobreza interior alcança proporções remotas e extremas;

Destaca-se em meio às almas pequenas, o que a si mesmo desmerece;

Que envelhece e nunca cresce, e vive sob abrigo de alheias tendas;

Não é pacifista ou de contendas, apenas sombras densas que à própria luz jamais adere!

Sua boca é serviçal e seu corpo é cão que ladra implorando por alguma ordem;

Seus temores lhe mordem e os neurônios sofrem pela falta de ofício;

Conformar-se é seu vício, jamais pensar em discordar para que lhe suportem;

A sua fé é comida na mão de um totem, não é profundo e nem indício!

Se acha elegante até no corpo de um elefante, se assim disser a moda recorrente;

Jamais contraditando a predominante gente, sua razão não tem sotaque individual;

É mero imitador porque seu ego é teatral, da selva hipócrita é o chacal mais sorridente;

Sua personalidade é ausente e seu valor doente convalesce em estado terminal!

Não veste o que prefere, nem faz apologia por se dizer idealista;

Não passa de um grande pessimista, jamais irá voar por ser gralha de cativeiro;

Seu caminhar é tão rasteiro, que nem os pés do chão consegue levantar;

Seu mundo é triste e pesado é seu ar, pois vive a procurar sem nunca achar um derradeiro paradeiro!

"Quem não tem autonomia para ser si mesmo está condenado a ser o resto desprezível de todos os outros" (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 20/12/2008
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1345700
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