Pobres em Espírito

“Bem aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,3).

Ser pobre é sê-lo na literalidade porque através desta pobreza assumida na pele, atingi-se a compreensão da altíssima pobreza (virtude de minoridade e conformidade com Cristo). Contudo, este fato só tem razão de ser porque Cristo foi e viveu pobre e, assim, isto de ser pobre é modo especial de ser e estar com Cristo no hoje da existência, ou seja, isso é uma visão mística da pobreza.

Oh! Quando isto se efetiva que maravilhosa exultação de espírito! E, por quê? Porque Cristo e o Pai através do Espírito Santo vêm habitar no ser deste homem. Apesar de sermos templos do Espírito Santo de Deus nem sempre ele é proprietário de todo o terreno.

Tal condição implica numa razão, razão essa que não é para saber quanto se ama a Deus, pois que Ele já sabe. Por que então? Para mostrar ao indivíduo o quanto ele é capaz de amor a Deus. É o individuo quem necessita saber o quanto isso é forte e profundo em si mesmo, não Deus. Porém, quando isto acontece arranca-se o fundamento da fé, isto é, donde ela nasce e para onde ela tende. Com isto quero dizer que as razões da fé perdem as suas razões. Aqui neste ponto, as razões não dizem nada de nada. Talvez não esteja sendo tão claro no meu pensamento, mas é porque isso é tão forte na mente de alguém que crê que o deixa confuso. É como se existissem várias estradas numa única. Isso porque as afirmações de outrora já não servem para contentar um espírito que está em processo de esvaziamento. O fato do “em espírito” dá essa idéia de desconstrução contínua.

Quando se faz algo por Deus, com Deus e em Deus - sem Deus – é que, de fato, se está fazendo algo por Deus. Assim é amar tanto a Deus quanto ao próximo.

Eis o que significa ser pobre em espírito para amar.